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terça-feira, 29 de novembro de 2011

CHEGA DE DENGUE!

"Os municípios brasileiros não estão sob uma apocalíptica condição na qual tenham que passar por epidemias de Dengue. Isso não precisa ser assim e pode ser diferente."



Aedes aegypti - vetor da Dengue no Brasil


PARA SABER MAIS ACESSE: http://www.chegadedengue.com.br/index.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ENTENDENDO A ANTI-MAÇONARIA.



As antimaçonarias são movimentos formados por fundamentalistas religiosos, políticos radicais e ex-maçons voltados para a crítica à Maçonaria. Sendo a Ordem Maçônica estruturada numa filosofia libertária, não condenamos a priori essas críticas. Entendemos que todo homem e toda associação (desde que se mantenham nos limites da lei) têm o direito ao livre pensamento. Todavia, analisando os fatos que deram origem à crítica sistemática, o estudioso acaba encontrando aspectos curiosos e relevantes dessa intolerância. Daí, prefiro colocar o termo antimaçonaria em itálico – e possíveis aspas! – uma vez que não existe bom-senso nem contraditório no radicalismo e na intolerância.



O primeiro ensaio para a criação de uma antimaçonaria foi perpetrado pelo escritor e jornalista francês Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès, mais conhecido pelo nickname Léo Taxil. Esse Taxil tornou-se conhecido na Europa entre 1870 e início do século XX por ter enganado as hierarquias eclesiásticas com falsas publicações (ditas “confissões”) sobre os maçons. A principal dessas “confissões” consistia no relato das desventuras de uma suposta Diana Vaughan perante uma imaginária “seita maçônica”. O livro de Taxil causou grande repercussão entre o clero católico e, apesar das sábias considerações e advertências do bispo de Charleston, denunciando as falcatruas e invencionices de Taxil, o Papa Leão XIII recebeu o falsário em audiência e acabou acreditando nele… Só mais tarde descobriu-se que Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès – aliás Léo Taxil, aliás Paul de Régis, aliás Adolphe Ricoux, aliás Samuel Paul, aliás Rosen, aliás Dr. Bataille… – era o esperto e oportunista, diretor do jornaleco “La Marotte” proibido na França por violar a moral e, por causa disso, Léo Taxil fora sentenciado a oito anos de prisão. Era o mesmo Adolphe Ricoux que publicava livros anti-católicos pintando a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Esse homenzinho de nome grande e de vários nomes confessara muito mais em 1885: com carinha de anjo, dizia-se convertido ao catolicismo para ser solenemente recebido no seio da Igreja. Era o mesmo nanico moral Gabriel Antoine Jogand que, neste mesmo ano, ludibriara uma Loja Maçônica a aceitá-lo como Aprendiz – grau do qual ele nunca progrediu – e onde tentou utilizar a boa-fé dos irmãos Maçons para conseguir dinheiro e promover uma imprensa anticlerical. Um homem de mil caras esse Taxil. No ano seguinte Taxil achou por bem tornar-se o autor oficial da antimaçonaria promovendo a venda indiscriminada de novos livros e jornais sobre o assunto. Tomava dinheiro de uns para escrever e publicar contra outros. Taxil foi o mestre da cizânia. Aproveitou as alucinações de Eliphas Lévi (aliás abade Alphonse Louis Constant) e endereçou novas “acusações” contra a Ordem que inadvertidamente o iniciara. Despejou entre os franceses o café requentado da época dos Templários: os maçons seriam satanistas e adoradores de um ídolo com cabeça de bode chamado Baphomet. Essa reinvenção do absurdo ficou conhecida como “Jogo de Taxil” ressuscitando a malfadada figura do bode como ícone (maldito) da Maçonaria. Entre 1886 e 1887, doente e com medo da morte, constantemente assombrado pelo diabo que ele mesmo criara – trêmulo diante da perspectiva do Juízo Onipotente – Taxil acabou por confessar suas fraudes. O nanico estava cansado de ludibriar as pessoas. Mas era tarde demais, o mal estava feito: a calúnia é semelhante à história daquele homem que subiu no alto de uma torre e espalhou um saco de penas sobre a cidade – impossível recolher todas… impossível recompor…



No século XX as bases das antimaçonarias assentaram-se em três elementos: as fantasias de Léo Taxil, o fanatismo religioso e os movimentos políticos totalitaristas: o salazarismo, o fascismo, o nazismo e o stalinismo. Quanto ao comunismo, o Quarto Congresso da III Internacional (novembro de 1922) estabeleceu “a incompatibilidade entre a Maçonaria e o Socialismo” tido como evidente na maioria dos partidos da anterior II Internacional. A Maçonaria foi considerada como “organização do radicalismo burguês destinada a semear ilusões e a prestar seu apoio ao capital organizado em forma de Estado”. Em 1914 o Partido Socialista Italiano expulsou os maçons de suas fileiras e o Quarto Congresso recomendou ao Comitê Central do Partido Comunista francês a tarefa de liquidar, antes de 1º de janeiro de 1923, todos os vínculos do partido com alguns de seus membros e de seus grupos com a Maçonaria. Todo aquele que antes de 1º de janeiro de 1923 não declarasse abertamente e a público, através da imprensa do partido, sua ruptura total com a Maçonaria ficaria automaticamente excluído do Partido e sem direito a reafiliar-se no futuro. Felizmente esse tipo de oposição foi revisto na segunda metade do século XX: a Maçonaria tem hoje mais de 300 Lojas em Cuba (Gran Logia de Cuba fundada antes da revolução – em 1859 – e mantida por Fidel Castro). Além disso, desde 1995 a Grande Loja da Rússia prossegue em seus trabalhos com Lojas sediadas em Moscou, St. Petersburg, Voronezh, Vladivostok, Yaroslavl, Kaliningrad, Novosibirski, Beliy Ritzar, Voronezh, Stavropal, etc… (fonte: List Of Lodges, Pantagraphprinting).



Em 1945 o nazismo impedira o funcionamento das Lojas Maçônicas na Alemanha. Nos países ocupados as Lojas foram queimadas e todos seus arquivos confiscados e queimados. O prejuízo para a história da Ordem foi incalculável. Os líderes da Maçonaria alemã foram sumariamente assassinados sob o pretexto de que a maçonaria mantinha ligações “ilícitas” com o judaísmo internacional. Outros foram mandados para campos de concentração, juntamente com suas famílias. Nossos irmãos eram obrigados a ostentar nas vestes a estrela de seis pontas que é, ao mesmo tempo, judaica e maçônica (Estrela de Davi).



Em 1945 o nazismo impedira o funcionamento das lojas maçônicas na alemanha. nos países ocupados as lojas foram queimadas e todos seus arquivos confiscados.



Enquanto isso, nas fileiras da resistência permaneceram maçons ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos e poloneses. Este é um fato que a atual antimaçonaria parece desconhecer… Sir Winston Churchill, líder e principal vitorioso da 2ª Grande Guerra, era maçom – iniciado em 24 de maio de 1901 na “Studholme Lodge nº 1591” e conduzido ao Grau de Mestre, em 25 de março de 1902, na “Rosemary Lodge nº 2851” de Londres.



Para entendermos as antimaçonarias é necessário ressaltarmos que a Ordem apresenta duas correntes principais: a Regular e a Paralela. Maçonaria regular é a de origem judaico-cristã (católico-protestante) surgida como “Operativa” por volta de 1356 e tornada “Especulativa” em 1717(*). Essa Maçonaria sempre conviveu com a Igreja Católica ou com os Anglicanos e/ou Protestantes quando o Vaticano lhes fez oposição. A outra, chamada “maçonaria paralela”, é a que supostamente possui elementos “contraditórios” com as teses da Maçonaria regular, por exemplo: a aceitação em seu meio de místicos exacerbados, pagãos e outras correntes esotéricas e similares. Essa dicotomia não afeta os laços de fraternidade dentro da Ordem como um todo. Mas, os inimigos da Maçonaria se aproveitam da convivência pacífica entre essas correntes e “colocam todas as laranjas no mesmo saco”.



Quanto ao fanatismo religioso, torna-se mais difícil analisá-lo nos dias de hoje. Muitos de seus “baluartes” estão na internet ocultos em matérias e sites anônimos. Do outro lado, a falta de estudo e pesquisa em vários segmentos da Ordem Maçônica propicia a esses adversários a formação de redes descontínuas e propositadamente confusas onde se misturam fatos e preconceitos. Apesar de assentarmos os trabalhos das Lojas sobre cânones da literatura sagrada (em nossa caso a Bíblia), o fanatismo religioso usa esses mesmos textos para condenar e desacreditar as instituições iniciáticas e o trabalho que realizamos em benefício da sociedade. Apegam-se num ou noutro deslize, numa ou noutra falha humana para condenar uma ideologia inteira que vem sobrevivendo dignamente durante séculos, com enormes sacrifícios e mesmo com a vida de seus membros. Isto sem falar no auxílio que dispensamos às demais instituições (religiosas e iniciáticas) e na defesa que lhes prestamos sempre que sintam ameaçadas.



- A Maçonaria é uma organização de homens sujeitos aos mesmos erros e imperfeições que acometem nossos detratores. Com uma diferença: não pretendermos ser infalíveis nem ocultamos nossos atos sob a capa da religiosidade.



(*) – Maçonaria operativa é o ofício de pedreiro (mason em inglês ou maçon em francês = pedreiro); por outro lado, Especulativa é a Maçonaria que averigua minuciosamente os fatos das Ciências Sociais em busca da verdade; que observa, indaga, pesquisa, cogita e reflete no seu campo de AÇÃO que é o homem e a sociedade. A Maçonaria Especulativa data do século XVIII, portanto, não é apropriado o uso do termo operativo para designar um Maçom dos dias atuais (a não ser que ele exerça a profissão de
alvanel = pedreiro).



Fonte: REVISTA UNIVERSO MAÇÔNICO - Publicado na Edição 10, em História 21 de Julho de 2011.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A MAÇONARIA E O CARÁTER DE... QUEM VEM LÁ?





No REAA, “quem vem lá?” é uma pergunta que se repete por três vezes dentre outros tantos questionamentos, unicamente para se saber que pessoa é, de corpo e alma, o candidato que nos procura e nos pede para recebê-lo. A maçonaria o indaga de todas as formas e ele, ora confuso, ora confiante, dá-lhe todas as respostas. Ela se satisfaz deixando de voltar seus holofotes ao outro lado do indivíduo, o do seu caráter. Isto porque não se dimensionou ainda a importância dessa necessidade que precisa ser sempre satisfeita.

É no mundo quase insondável das mentes humanas que está o nível de consciência e ele não é o mesmo em todas as pessoas. Essa desigualdade é que nos diferencia uns dos outros. É ela a causa das nossas reações diferentes, que não nos deixa pensar, entender e agir da mesma forma. É o nível de consciência desigual que faz surgir entre nós indivíduos sábios e indivíduos ignorantes, indivíduos fiéis e indivíduos traidores, indivíduos sinceros e indivíduos dissimulados, e assim por diante.

Todos os casos apresentam certo grau de dificuldade para serem esclarecidos. Mas o entrave maior em se conhecer por inteiro os traços psicológicos de que se reveste o caráter, está nos indivíduos portadores de transtorno mental, conhecido por bipolaridade, ou, dupla personalidade, uma, que converge ao exercício das ações, reações e emoções positivas e a outra (que pode permanecer inerte por muitos anos e aflorar a qualquer momento) que, ao contrário da primeira, é a das ações, reações e emoções negativas, ou seja, tendenciosamente inclinada à prática do mal. Só um psiquiatra ou um psicólogo, através de testes de maior profundidade (não se fala de simples atestado, mas de relatório), poderá determinar quem possui esse tipo de transtorno comportamental.

De algum tempo para cá, o rigor das nossas investigações no curso da instrução do processo de iniciação tem diminuído bastante, o que é um erro, permitindo que a maçonaria receba em seu seio indivíduos que ali jamais poderiam ser colocados, sendo o reflexo disso as constantes dissidências, as quebras de juramento e espúrios comportamentos frente aos nossos LANDMARKS, bem como a outros postulados, de indivíduos indignos de serem chamados de “maçom” que, em gestos de inominada traição e excessiva vaidade, afastam-se da maçonaria regular, fundam irregularmente Lojas, instituem a chamada maçonaria mista, entregam os segredos dos nossos rituais a quem está impedido de recebê-los, criam poderes centrais independentes por toda parte, tudo em flagrante desrespeito e afrontosa desobediência aos princípios e fundamentos que regem a universalmente conhecida e aceita Ordem Maçônica, chegando a ridículos extremos como a formalização de processos de admissão por meio da internet e ao descalabro de promoverem iniciações à distância como se a maçonaria fosse coisa banal.

Embora um tanto difícil, venhamos e convenhamos, relevante seria para a Ordem Maçônica, como já foi dito, sondar com mais profundidade não só aspectos superficiais como o perfil comportamental, a ação e a interação, mas também aquilo que a ela mais interessa que é o âmago da mente do indivíduo, ou seja, o seu caráter com tudo que o constitui.

Segundo o Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras, o caráter se define como sendo o “conjunto de traços psicológicos e morais (positivos e negativos) que caracteriza uma pessoa ou um grupo.”

Em tais traços, que se associam dando conteúdo ao caráter do indivíduo, estão o gênio, o humor, a formação moral, a honestidade, a aparência, a feição etc.. Entre os vários tipos de caráter pode-se citar o dramático, o religioso, o especulativo, o desafiador, o covarde, o inconstante e outros.

Mas o caráter aqui enfocado é o que se conhece por índole, ou seja, propensão natural, modo de ser do indivíduo, seu temperamento, sua disposição no momento de agir. É uma condição que não se adquire, ela é inerente ao espírito humano, é congênita e varia de indivíduo para indivíduo, manifestando-se em conformidade com as circunstâncias envolventes de cada um. Os moldes a que o ser é submetido, como educação, adaptação às diferentes condições, venturas e desventuras, apenas o levam à escolha do “o quê fazer” no momento em que as decisões são tomadas (trabalhar, amar, estudar, relacionar-se socialmente, construir amizades etc.).

Diante dos diversos comportamentos da mente humana, e das acentuadas diferenças desses comportamentos de um indivíduo para o outro, as vagas respostas a um simples questionário ou perguntas subjetivas, às vezes não respondidas a contento nos levam, pela nossa boa fé, a acreditarmos que diante de nós se encontre uma mente sã e que são procedentes as provas materiais apresentadas a respeito do conjunto das boas qualidades da pessoa interrogada.

Entretanto, conhecer apenas os valores extrínsecos de um candidato é pouco para recebê-lo, pois só com essa visão não se tem condições de se apurar do quê o mesmo é capaz, ou seja, se suportará o elevado encargo decorrente dos deveres maçônicos e se aceitará submeter-se a novos ensinamentos. Daí não ter a Ordem Maçônica como deixar de conhecer quais são os traços psicológicos e morais de quem a procura, pois são eles que respondem pelo nível da consciência e o candidato ideal é o que porta esse nível em patamar aceitável capaz de garantir à maçonaria a certeza de um inquebrantável propósito e a firmeza de vontade quanto ao cumprimento do compromisso de fidelidade maçônica, sem o que o mesmo não poderá ser iniciado.

Apenas por motivação exemplificativa, cita-se que, em épocas passadas não muito distantes, um incentivo foi planejado objetivando o incremento do número de obreiros na maçonaria brasileira. Tivemos Estados em que ela, mediante oferta de brindes, estimulou as Lojas a entrarem na disputa pelo primeiro lugar em iniciações, numa campanha que não tinha a preferência por quantidade, mas que assim acabou sendo, pois na busca pela ponta da escalada, em muitos Orientes “joio e trigo” se misturaram como se fossem uma coisa só e todos conseguiram um lugar entre nós.

O exemplo dado não foi para atribuir responsabilidade a ninguém, muito menos culpa. A razão do joio se passar por trigo está numa lacuna existente nas instruções do processo de admissão. Singela, mas que, se não for sanada, continuará levando a Ordem Maçônica a incorrer no repetido erro de, ao avaliar seus candidatos, não ter condições de distinguir os que são de bons costumes dos que têm transtorno de personalidade, dando vazão a que estes últimos também sejam aprovados, recebendo passaportes para desembarque onde nunca deveriam chegar.

Ante as evidências de um mal que cresce a cada dia, não resta outra alternativa à maçonaria senão a de se lançar contra o problema e tentar superá-lo. Para tanto, não há instrumento mais eficaz do que o da avaliação psicológica. Através da conclusão de um completo e minucioso relatório, a maçonaria terá a certeza de como funciona a mente do candidato, de como é a sua firmeza de vontade e qual é o seu verdadeiro caráter, tanto pelo lado bom quanto pelo lado ruim, sendo estes aspectos os de maior relevância no momento de se decidir pela aprovação ou não do mesmo.

Concluindo, lembremos atentamente da oportuna afirmação de Abraham Lincoln, nosso irmão: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o “caráter” de um homem, dê-lhe poder.”



FONTE: Samauma - Texto de: Anestor Porfírio da Silva

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CURIOSIDADES MAÇÔNICAS.



O verdadeiro maçom não precisa dizer que é maçom, aonde quer que ele esteja será reconhecido como tal.




Disseram-me um dia, como a muitos outros também deve ter sido dito em algum momento da caminhada na vida maçônica, que dom Pedro, numa mesma data teria sido iniciado, elevado, exaltado e conduzido ao Grão-Mestrado da Maçonaria no Brasil, e que teria adotado o nome simbólico de Guatimozim, em homenagem ao último Imperador asteca do México que resistiu em 1522 ao conquistador espanhol Cortez. O relato histórico das reminiscências desmistificam os “ditos” para conduzir ao real entendimento que dom Pedro de Alcântara, iniciado em 02 de agosto de 1822, só foi guindado ao cargo de Grão-Mestre em 04 de outubro de 1822, e confirma que o então Príncipe Regente foi iniciado na Maçonaria com os rigores ritualísticos, adotou o nome de Guatimozim e que não ordenou o “fechamento”da Ordem Maçônica.

Fica aqui o nosso primeiro registro curioso. O nome Guatimozim, entrementes, era o nome histórico adotado por Martim Francisco Ribeiro de Andrade, irmão carnal e maçônico de José Bonifácio, e que perfilava ao lado de Falkland [Antônio Carlos Ribeiro de Andrade], Tibiriçá [José Bonifácio de Andrade e Silva], Caramuru [Antônio Telles da Silva], Aristides [Caetano Pinto de Miranda Montenegro] e Claudiano [Frei Sampaio – Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio] nas alas maçônicas e registros do Apostolado e da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz. Ademais, no Recife existia uma Loja Maçônica denominada Guatimosin, fundada em 1816 e que em 1821 mudou o seu nome para “Loja 6 de Marco de 1817”, em homenagem aos maçons sacrificados na gloriosa Revolução Pernambucana de 1817. A historiagrafia maçônica, contudo, passa ao largo da preferência de dom Pedro pelo nome heróico de Guatimozim.

Outro registro nos remete ao restabelecimento dos trabalhos maçônicos na forma ordenada por dom Pedro I. E estes, contudo, não foram reencetados, haja vista que a 02 de novembro de 1822, José Bonifácio determinou uma devassa contra os maçons do “Grupo do Ledo”, no episódio que ficou conhecido como “Bonifácia”. As razões ainda são pouco claras, ao que tudo indica o fato de dom Pedro ter sido aclamado Grão-Mestre numa sessão presidida por Joaquim Gonçalves Ledo foi interpretado como um golpe maçônico ao “Grupo do Bonifácio”, e os ânimos entre os grupos [azul e vermelho] que se mostravam em acirramento crescente desde o episódio que resultou em repreensão ao Frei Francisco Sampaio [Pílades] mostravam-se mais radicalizados com a eleição de dom Pedro para o cargo de Grão-Mestre em substituição a José Bonifácio. Devemos dizer que José Bonifácio efetivamente não compareceu a sessão em que dom Pedro tomou posse no cargo de Grão-Mestre, como de resto, não compareceu a nenhuma sessão importante e até mesmo foi colocado no cargo sem ser consultado, mas não foi totalmente tirado da diretoria, porque ainda era ministro de dom Pedro e continuava a exercer o cargo de Grão-Mestre Adjunto e Lugar-Tenente de dom Pedro no Apostolado.

O clima realmente esquentou quando o “Grupo do Ledo” tentou impor a dom Pedro, por ocasião da sua aclamação a Imperador do Brasil, em 12 de outubro de 1822, um juramento prévio da Constituição que seria elaborada pela Assembléia Geral Constituinte e Legislativa convocada pela circular de 17 de setembro de 1822. Tal fato desagradou profundamente ao “Grupo do Bonifácio” e ao próprio dom Pedro I, daí a interrupção dos trabalhos ordenada por este, para as “averiguações” procedimentais, na forma narrada nas reminiscências.

A abertura da “devassa” ordenada por José Bonifácio, dois dias depois da autorização emanada do Imperador e Grão-Mestre para o recomeço das atividades maçônicas, ocorreu depois que os Andradas [José Bonifácio e Martim Francisco] colocaram seus cargos de ministros à disposição do Imperador. Tão logo a notícia tornou-se conhecida no meio maçônico, iniciou-se um movimento no sentido de fazer o Imperador reintegrar os Andradas, o que acabo acontecendo. Reintegrados e fortalecidos pelas manifestações favoráveis, José Bonifácio desencadeou violenta repressão aos maçons identificados com a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo e esse conjunto de fatos ficou conhecido como “Bonifácia”.

O devassado Joaquim Gonçalves Ledo fugiu para a Argentina com o auxílio do Cônsul da Suécia. José Clemente Pereira foi preso e depois deportado [30 de dezembro de 1822] para Havre, na França, em companhia de Januário da Cunha Barbosa, e posteriormente, os dois foram para Londres. Outros maçons foram presos e depois libertados, as lojas encerraram seus trabalhos e o Grande Oriente do Brasil fechado, deixando os maçons em pavorosa. Com a cissura, o fechamento do Grande Oriente do Brasil e sem oposição, os anti-maçons recrudesceram em campanhas, fazendo com que a Maçonaria aparecesse como inimiga do Imperador e do Trono, constituindo uma memória da Independência cada vez mais distante dos maçons e da Maçonaria. E a única voz que se ouvia bradar na imprensa era a do brigadeiro e maçom Domingos Alves Branco Moniz Barreto [Sólon] em seu jornal “Despertador Constitucional”.

O que se registra no meio maçônico, contudo, e em que pese o fechamento do Grande Oriente do Brasil, é que muitos maçons continuaram a se reunir às escondidas enquanto as lojas cerraram suas portas, atas e documentos maçônicos eram destruídos por todo o Brasil, à exceção de Pernambuco, onde as lojas funcionavam e os maçons se reuniam em oposição às determinações do Rio de Janeiro, e até conduziram os preparativos do movimento que ficou conhecido como Confederação do Equador – um dos momentos marcantes dos tempos de ouro da maçonaria pernambucana. Mas este é um relato para outra oportunidade.

Outra curiosidade marcante fica por conta de dois fatos. O primeiro, dom Pedro em 20 de julho de 1822, portanto, doze dias antes de ser iniciado, enviou um bilhete a José Bonifácio no qual tratava da Província da Bahia, convulsionada e resistente à Regência do Rio de Janeiro. Anote os termos maçônicos usados. Dizia o Príncipe Regente: “O Pequeno Ocidente toma a ousadia de fazer presente ao Grande Oriente, duas cartas da Bahia e alguns papéis periódicos da mesma terra há pouco vindas. Terra a quem o Supremo Arquiteto do Universo tão pouco propício tem sido. É o que se oferece por ora a remeter a este que em breve espera ser seu súdito e I\” [Arquivo da Casa Imperial do Brasil. Cartas (2) de D. Pedro a José Bonifácio. São Paulo, 20/07/1822 e 01/09/1822, II-POB-20.07.1822 – PI.B – c. 1-2, citado por Barata, ob. cit. p. 233], numa patente demonstração que os termos maçônicos não lhe eram desconhecidos e que esperava ser iniciado em nossa Ordem.

Outro fato singular refere-se a possibilidade do Príncipe Regente dom Pedro pertencer ao Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz, sociedade secreta de fins maçônicos fundada em 2 de junho de 1822 por José Bonifácio. O atesto é feito por Castellani ao citar Rio Branco em nota à “História da Independência do Brasil” de Vernhagem: “D. Pedro já pertencia, como ficou dito, a uma sociedade secreta, a Nobre ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz, denominada Apostolado. Pelo livro das atas que S. M. o Sr. D. Pedro II possui, e figurou na Exposição de História do Brasil [no 6.986], sabe-se hoje que essa sociedade fundada por José Bonifácio, começou a funcionar em 2 de junho. D. Pedro era, com o título de arconte-rei, o chefe do Apostolado, sendo José Bonifácio seu lugar-tenente. Pelo livro do juramento, também exposto em 1881, ficou patente que Gonçalves Ledo e Nóbrega, também pertenciam ao Apostolado” [Castellani, in História do Grande Oriente do Brasil, p. 70]. O Nóbrega referido poderia ser os maçons Francisco Luiz Pereira da Nóbrega ou Luiz Pereira da Nóbrega de Sousa Coutinho.




"LOUVADA SEJA A MAÇONARIA QUE NOS FEZ IRMÃOS"




GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

domingo, 20 de novembro de 2011

A Chave de Hiram – Os Segredos Perdidos da Maçonaria – uma resenha

A Chave de Hiram - 377 pág - Ed. Landmark
Resgatando a História do Ocidente.






Estamos sempre diante da impressão de que algo não foi dito ou não foi bem retratado acerca dos eventos que tiveram lugar ao longo dos séculos. Daí encontrarmos uma série de estudos voltados à redescoberta de verdades históricas. Assim nasceram o materialismo histórico e a mais tarde a chamada “nova história”. Na linha do materialismo histórico a abordagem chamada “crítica”, a “visão dos vencidos” tem sido a mais convincente. A premissa é transparente: os vencedores têm sempre alguma coisa menos dourada, mais complexa, que preferem ou precisam ocultar acerca de sua atuação no cenário histórico. Os vencidos nada têm a perder e somente podem se beneficiar com uma análise histórica profunda, radical.
Os IIr.’. britânicos Christopher Knight e Robert Lomas, em A Chave de Hiram, ed. Landmark trazem-nos aportes impressionantes que, como outras obras deste gênero ao longo dos séculos, coloca em xeque uma série de valores das religiões formalmente estabelecidas no Ocidente Cristão (católicas romana e ortodoxa mas, principalmente as protestantes).
Por exemplo: finalmente temos uma explicação convincente para o fato de a Bíblia traduzida ao alemão por Martinho Lutero trazer vários Livros da Bíblia, como os 2 capítulos que compõem a história da resistência dos Macabeus a Antíoco Epifane – aliás a Bíblia de Lutero é letra por letra idêntica à Bíblia Católica Romana – enquanto as versões protestantes (King James em inglês e João Ferreira de Almeida em português) não trazem I e II Macabeus, além de haver ainda uma série de outros expurgos, livros faltando que, segundo os protestantes, “não são livros inspirados, são meramente históricos” ao contrário do que Luteranos e Católicos acreditam.
Em síntese, Judas Macabeu instaura uma nova linhagem que, embora heróica, não é reconhecida pelo judaísmo oficial por questões sucessórias (ele não era da tribo de Davi). Os Cavaleiros Templários, quando de suas escavações em Jerusalém, pelo XII século, possivelmente localizaram esta informação em antigos escritos ali depositados e, como o protestantismo recebeu poderosa influência daqueles Cavaleiros cristãos excomungados no século XIV pela Igreja Romana, a visão templária está presente nas bíblias protestantes e não nas católicas. Lutero sofreu pouca ou nenhuma influência dos descendentes intelectuais e espirituais dos Templários, estando assim muito mais próximo da Igreja Romana. Até que surja uma explicação mais profunda ou detalhada, esta hipótese aventada pelos Autores é perfeitamente convincente.
Mas vamos ao livro.

I – A origem da Maçonaria não está nas Guildas de Pedreiros Medievais

Chris Knight e Robert Lomas iniciam seu Trabalho ressaltando ser a Maçonaria uma Instituição tradicional, voltada ao aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade, sob os auspícios de Deus ou Grande Arquiteto do Universo. Ao contrário das religiões formalmente estabelecidas, não há na Maçonaria qualquer referência a entidades ou divindades “das trevas”: é a única Instituição radicalmente Monoteísta do Ocidente.
Qual seria a sua origem?
De pronto descartam a hipótese segundo a qual, antes de formalizar-se na Inglaterra no dia 24 de junho de 1717, a Maçonaria ter origem exclusiva ou principal nas guildas de pedreiros medievais. Apresentam 3 motivos para esta conclusão:
_ Todas as Corporações de Ofício de Pedreiros Medievais recebiam as bênçãos da Igreja Romana o que seria impensável para a Maçonaria. Ficava-se por vezes uma vida inteira, por exemplo, na construção de uma grande Catedral, tornando desnecessários códigos de reconhecimento. Quanto à profissão, se alguém alegasse ser pedreiro sem o ser, sua inabilidade o denunciaria rapidamente.
_ As Antigas Obrigações (Old Charges) da Maçonaria estabelecem, por exemplo que “nenhum irmão deve revelar qualquer segredo legítimo de qualquer outro irmão se isso puder lhe custar a vida ou as posses”. Somente por excomunhão alguém poderia correr este risco naquele tempo. Hereges eram excomungados. Que atividade de construção poderia conduzir pedreiros cristãos à condenação por excomunhão? Mais lógico concluir serem Cavaleiros em fuga – os Templários em cujas cores, símbolos e costumes há tanta reminiscência na Maçonaria. Há ainda, nas Old Charges a proibição peremptória de um irmão relacionar-se sexualmente com qualquer mulher da família de outro irmão. Cavaleiros em fuga que solicitassem proteção precisariam deste cuidado, sem dúvida! Mas o que poderia impedir um pedreiro, por exemplo, de casar-se com a irmã de outro? Há mais, nas Old Charges, mas atenho-me à mais chocante: entre maçons sempre se contaram muitos reis e nobres. O que conduziria reis e nobres a aprender normas de comportamento moral com humildes pedreiros?
_ O argumento apresentado como “definitivo” pelos Autores é o fato de nunca ter havido guildas de pedreiros na Inglaterra, berço da Maçonaria.
( Sobre este as reminiscências a “construções” existentes na Ordem há outra explicação muito mais consistente que a fantasiosa hipótese “guildas de pedreiros medievais”, mas fogem ao escopo destas notas. Alhures e oportunamente o desenvolverei ).

II – Os Segredos Perdidos da Maçonaria

Desde o primeiro contato com a Ordem sabemos que havia segredos originais que foram perdidos por circunstâncias dramáticas envolvendo a morte de um homem lendário – Hiram Abiff, construtor do Templo de Salomão – segredos que foram substituídos ou recriados em época bem remota. Os Autores, com a discrição necessária a uma Obra destinada ao grande público, apontam na direção certa a pesquisarmos.
Viajando a 3 continentes (Europa, África e Ásia) os Autores investigam antigas construções, idiomas locais, bibliotecas e reminiscências em histórias populares encontrando explicações fascinantes a praticamente todas as expressões que usamos em Loja – e quem de nós não sentiu o desejo sincero de conhecer profundamente as origens do que dizemos nos Rituais, frequentemente recebendo a admoestação de que “compreenderíamos mais tarde”, o “mais tarde” vai chegando e os mistérios aumentam sem que expliquem os primeiros, etc? Pois os IIr.’. Knight e Lomas sentem esta pulsão e contam com a possibilidade de pesquisar in loco, trazendo-nos informações precisas e preenchendo esta lacuna.
Detalhes da vida de Sequenenre Tao, rei egípcio do Alto Nilo em período tenso, quando o Baixo Nilo estava sob o controle dos hicsos, apontam na direção da origem exata do mito de Hiram Abiff, ficando como hipótese de trabalho altamente convincente a especulação se o patriarca Abraão seria também um nobre hicso.
Muito do que se vê no interior da Loja Maçônica vem convincentemente explicado em A Chave de Hiram que, cautelosamente, apresenta fatos e dados históricos claramente delimitados das especulações dos Autores – abundam no livro expressões como “talvez”, “provavelmente”, “quase com toda a certeza”, etc. quando se envereda pelo caminho especulativo, mas estas especulações são robustecidas por documentos antigos, fotos e transliterações idiomáticas que realmente nos persuadem. Melhor que a leitura da Obra só mesmo uma visita aos sítios arqueológicos mencionados, de Ur, na Mesopotâmia (atualmente Iraque...) passando pelos monumentos e bibliotecas egípcias, Jerusalém e o Vaticano, chegando à Capela Rosslyn, na Escócia.

III – Alguns aportes

Investigando de perto, com total isenção e sem estar sujeito a qualquer limitação dogmática apriorística, os Autores chegam a conclusões a um só tempo fascinantes e perturbadoras. Cito aqui apenas 7 dentre as muitas arroladas ao longo da Obra.
_ A vinda dos descendentes de Abraão (José e seus irmãos) ao Egito estaria no contexto das chamadas “invasões hicsas” àquele importante centro do Mundo Antigo.
_ A cerimônia de consagração do rei egípcio envolvia um ritual onde se encenava a sua morte e, na encenação de sua ressurreição, ele era erguido pelos sacerdotes que lhe murmuravam ao ouvido: Ma’at neb-men-aa, ma’at-ba-aa que, em egípcio antigo, traduz-se literalmente como “Grande é o Mestre de Ma’at. Grande é o Espírito de Ma’at” – Ma’at é a corporificação institucional da Verdade e da Justiça.
_ Estaria a vida e a morte trágica de Sequenenre Tao na origem do mito de Hiram Abiff? As marcas existentes em sua múmia, em exposição no Museu do Cairo e reproduzidas no livro, reforçam esta tese.








A Múmia de Seqenenre Tao permite ver a marca do golpe que o matou
_ Moisés foi iniciado nos mistérios do Egito Antigo e muito da teologia judaica retrata reminiscências egípcias, assim como sumérias, caldéias e babilônias.
_ Os pilares que se destinavam a unir o humano ao divino nos reinos do Alto e do Baixo Nilo são as mais antigas reminiscências ao que mais tarde seriam as Colunas do Templo de Salomão.
_ Há uma ligação estreita entre o simbolismo das pirâmides, a Estrela de Davi e a Estrela da Manhã (Vênus), como o mais importante líder político e religioso dos hebreus definia a si mesmo.
_ Os manuscritos encontrados no Mar Morto trazem informações riquíssimas sobre a história de Israel, o momento em que a Palestina estava sob o domínio romano e os primórdios do cristianismo – manuscritos similares provavelmente tenham sido encontrados pelos Templários quando de suas escavações em Jerusalém tornando-os dignos herdeiros das Tradições Egípcias reproduzidas em Israel assim como precursores da Maçonaria como a conhecemos hoje.
A Cabala seria a racionalização matemática e grega do antigo pensamento tradicional dos líderes religiosos hebreus.

IV – O Resgate

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, em Qumram, Palestina e Nag Hammadi, no Alto Egito, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, trouxe luzes incríveis sobre os tempos de dominação da Palestina pelos romanos e os primórdios do desenvolvimento dos ensinamentos de Jesus Cristo. Encontraram-se diversos pergaminhos, em péssimo estado de conservação (alguns com mais de 2.500 anos de idade!) narrando histórias dos hebreus em seu cativeiro na Babilônia, dos primeiros discípulos de Cristo, códigos de legislação e uma série de dados, muitos dos quais frontalmente conflitantes ao que se tornou a história oficial tanto do povo hebreu quanto da Primeira Igreja de Jerusalém sob a liderança de Jesus Cristo e, a seguir, de seu irmão Tiago. Há muito ainda a ser traduzido e compreendido, somente se arranhou a superfície de toda aquela gama enciclopédica de informações; à medida em que nossos corações se tornam capazes de receber a plenitude da mensagem deixada a nós pelos zelosos rabinos da comunidade de Qumram e os primeiros cristãos de Nag Hamadi, mais será revelado.
Está provado que documentos similares foram sepultados sob o Templo de Salomão – há inúmeras referências cruzadas a “documentos protegidos debaixo do Santo dos Santos, no Templo de Salomão”. Os Templários os desenterraram e, com o auxílio de intelectuais da época, decifraram. Toda esta informação está incorporada aos rituais maçônicos: há um grau, o do Santo Real Arco, que rememora, por alegorias ilustradas em símbolos, precisamente a descoberta destes documentos. Isto nos traz dados que permitem compreender melhor a história dos primórdios da civilização humana no Oriente Médio e apreender a plenitude do simbolismo maçônico.

Lázaro Curvêlo Chaves – M.’.M.’.
Delegado da G.’.L.’.U.’.S.’.A.’. para a região norte de São Paulo e Sul de Minas

Maçonaria promove Projeto Social para Jovens Carentes.

Os maçons da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul – GLMERGS promoveram a 2° edição do Projeto Juventude Assistida.

O evento (coordenado pela Fundação Maçônica Educacional e executado pela Loja Obreiros da Pedra n° 118) ocorreu nos dia 19 e 20 de novembro na Estrada João Antônio da Silveira, na zona sul de Porto Alegre, região Restinga que abriga 27 vilas e um montante de 50 mil pessoas.

Participaram, dessa edição, as entidades: Brigada Militar, Fundação Leonística de Assistência Social, Governo do Estado do RS, Prefeitura Municipal de Porto Alegre (através da FASC), Imama, Hospital Moinhos de Vento, Consórcio STS, as escolas públicas Larri Passos, Pessoa de Brum, José do Patrocínio e Ildo Meneguetti, Maçonaria Unida do Rio grande do Sul (composta pela GLMERGS, Grande Oriente do Brasil – RS e Grande Oriente do Rio Grande do Sul), SESC/Fecomércio, ONG Icaso, Brigada Militar, Ministério Público do RS, Cruz Vermelha RS e o Conselho Tutelar. Ao todo foram quase 100 voluntários.

O envolvimento da maçonaria é fundamental para que as nossas crianças tenham mais informações sobre prevenção das drogas, comentou Professora Carla Regina da escola José Larri Ribeiro Alves.

Serviços de consulta médica, exames, doação de óculos de grau, kits de higiene bucal, palestras, apresentações teatrais e informações sobre prevenção de doenças como as sexualmente transmissíveis e as da mama, movimentaram as 3000 pessoas que passaram pelo evento. Além dessas ações, competições culturais como redação sobre os temas apresentados nas palestras e competições esportivas, também aconteceram.

Para o Coordenador da ação na Restinga, Gilberto Dihel o objetivo de atingir 2000 crianças foi atingido uma vez que 1400 conseguimos nas palestras que antecederam essa ação e o restante no dia de hoje (sábado 19).

Estamos promovendo a educação, qualificação e afastando nossos jovens das drogas, isso é praticar a Maçonaria, comentou o Presidente da Fundação Maçônica Educacional, Nivaldo Brum.

Ouça a entrevista do Coordenador do projeto Juventude Assistida – etapa Restinga – Gilberto Dihel no link http://bit.ly/sMMcwi

Ouça a entrevista da Professora Carla Regina – escola José Larri Ribeiro Alves - no link http://bit.ly/spWski

Assista ao vídeo de abertura do Projeto (dia 19) http://www.youtube.com/watch?v=Q5ViilVwvdg

O projeto

O slogan Droga nunca, educação e profissionalização sempre foi criado em 2010, etapa Gravataí, e desde então orienta as ações dos voluntários envolvidos no Projeto Juventude Assistida - PJA.

As principais atividades desenvolvidas no PJA são: programas de prevenção às drogas, palestras de socialização, concurso de redação, campeonato de futebol juvenil, apresentações de peças de teatro envolvendo o tema, programa de assistência continuada e rua da solidariedade e cidadania.

A edição de 2010

O projeto começou com a instituição paramaçônica Mala de Garupa (órgão ligado à GLMERGS). Ao longo de 2010 mais de 50 000 crianças e jovens foram beneficiados com as ações realizadas em várias cidades do estado. Ações como teatro, dança, palestras, escoteirismo, eventos culturais, show e concurso de redação, marcaram o início em Gravataí.

O diretor-presidente da Fundarc, Amon da Costa, reforçou a importância de iniciativas de combate ao uso de tóxicos na população jovem. A Prefeitura seguirá apoiando de forma contundente as iniciativas da sociedade civil contra as drogas, disse.

O Juventude Assistida contou, também, com uma praça de alimentação e arrecadação de alimentos e agasalhos. A primeira edição teve shows das bandas: Banda Belepoke, Pedro Ernesto e Grupo Show dos Esportes e Elton Saldanha. A estrutura montada contou com palco para shows, praça de alimentação e estandes de diversas entidades como Senac, Sesi, Fundarc, Câmara de Vereadores, Acigra, OAB, Conselho Tutelar e Fiergs-Senai, ofereceu serviços de corte de cabelo, manicure, assessoria jurídica e diversos. No Acampamento do Grupo de Escoteiros Murialdo, também instalado no Parcão, foi recolhidas doações de roupas para contribuir com as comunidades carentes. No estande da Acigra, juntamente com o AGIR e a Parceiros Voluntários, a Onda Socioambiental marcou presença no evento.

Para a ex-prefeita de Gravataí, Rita Sanco, esse foi um tema permanente de debate em nosso Governo, e por isso lançamos a campanha institucional com a proposta de buscar caminhos, em conjunto com a população, para tratar e enfrentar o grave problema das drogas, afirmou.

A sequencia

O Projeto Juventude Assistida objetiva realizar ações anualmente em comunidade menos favorecidas. Além disso, ha a continuidade através do Programa de Assistência Continuada que objetiva: bem estar físico e mental, prevenção às drogas, educação continuada e profissionalização. Esse programa terá seleção, agora em 2011, e começará em 2012. As principais atividades executadas serão: socioeducativas, inclusão social através de atividades em grupos de serviços ou artes (dança, teatro, música, escoteiros, bandeirantes, futebol...

Previsão de jovens assistidos: 2012 (10 anos – 15 jovens), 2013 (10 e 11 anos 15 jovens), 2014 (10, 11 e 12 anos – 15 jovens cada), 2015 (10, 11, 12 e13 anos – 15 jovens cada), 2016 (10, 11, 12, 13 e 14 anos – 15 jovens cada), 2017 (10, 11, 12, 13, 14 e 15 anos – 15 jovens cada), 2018 (10, 11, 12, 13, 14 e 15 anos – 15 jovens cada)...

Mais informações e detalhes com as fontes:

Gilberto Dihel – Coordenador do Projeto na Restinga. Fone 51 – 9982.9385

Nivaldo Brum – Presidente da Fundação Maçônica Educacional. Fone 51 – 8170.8960

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os Símbolos Maçônicos.




COMPASSO- Representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os atos do homem: simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo. No plano esotérico, o Compasso é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano. No Grau de Aprendiz, os ramos do Esquadro cobrem as hastes do Compasso, mos¬trando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está subjugada pêlos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade.

ESQUADRO - Simboliza a Equidade, a justiça, a Retidão de caráter; esotericamente representa a matéria, ou o corpo físico. Retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico quanto no moral e ético; assim, à retidão física, emanada do Esquadro, corresponde a retidão moral, caracterizada pelas ações de acordo com a lei, com o direito e com o dever, e a virtude de seguir retamente, sem se desviar, a direção indicada pela equidade. É a jóia-símbolo do Venerável Mestre.

CINZEL - Instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores. O Cinzel é um dos símbolos específicos do Grau de Aprendiz, pois, sendo destinado ao esquartejamento da pedra (que transforma a pedra bruta e informe em pedra cúbica, usada nas construções) ele simboliza a Razão, a Inteligência, enquanto que esote¬ricamente, é o físico, ou a matéria, sobre a qual atua o espírito, que é o Maço.







MAÇO ou MALHO - Instrumento utilizado para, atuando sobre o Cinzel, desbastar a pedra. Simboliza a Força de caráter a serviço da Razão e da Inteligência (representados pelo Cinzel). Do ponto de vista místico, é o espírito atuando sobre a matéria. Também é um símbolo específico do Grau de Aprendiz.

REGUA - Haste de madeira ou metal dividida em 24 partes; cada parte corresponde a uma polegada. Necessária para marcar os limites do esquadrejamento da pedra para que as suas bordas sejam retas, simboli¬za um caminho retilíneo a seguir, com uma conduta reta, sempre à fren¬te. É o emblema da disciplina, da moral, da exatidão e da justiça. Também é um símbolo do Grau de Aprendiz.

NÍVEL - Instrumento para comprovar a perfeita horizontalidade da superfície, simboliza a Igualdade. O Nível maçônico é uma combina¬ção de Nível e Prumo, com o formato de um Delta ou de uma letra A, de cujo centro pende um fio vertical, o qual, se a superfície não for perfeita¬mente horizontal, se deslocará para um dos lados. O Nível está presente na saudação do Grau, no movimento horizontal da mão direita até o ombro direito. E a jóia do Io Vigilante.

PRUMO - Instrumento usado para medir a perfeita verticalidade de uma superfície, é o símbolo da profundidade do Conhecimento, da Retidão e da Justiça. Representa, também, o Equilíbrio, ou Estabilidade, quando perfeitamente a Prumo. Está presente na saudação do Grau, no movimento vertical da mão direita ao longo do tronco. É a jóia do 2° Vigilante.

PEDRA BRUTA - Objeto de trabalho do Aprendiz, deve ser desbastada e esquadrejada para se transformar em Pedra Cúbica, polida e regular. Simboliza o próprio Aprendiz no seu esforço para se aper¬feiçoar e polir seu caráter, a sua retidão e a sua integridade; é, enfim, o próprio símbolo de seu aperfeiçoamento na Maçonaria.

DELTA RADIANTE - O Delta, ou Triângulo Eqüilátero, é o símbo¬lo das tríades divinas. O Delta maçônico, além dessa representação, tem, no seu interior, as letras do nome hebraico de Deus, embora também seja usado o Olho Onividente, que o assimilam ao olho da Sabedoria de Horus. O Delta simboliza a Sabedoria Divina e a presença de Deus. O Delta é o símbolo máximo presente em um Templo.

LIVRO DA LEI - Simboliza a Lei Divina. Quando da Cerimônia da Abertura do Livro e leitura de um trecho, espiritualiza-se a Loja e seus presentes.

SOL - Desde os mais remotos tempos, o Sol é o símbolo da Luz. Para a Maçonaria a Luz é a do Conhecimento, do esclarecimento mental e intelec¬tual. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente. Presente também no retábulo do Oriente, ladeando o Deita, junto com a Lua, estará do lado em que fica Orador, pois, na corres-pondência cósmica dos cargos em Loja, o Orador simboliza o Sol, pois dele emana a Luz, como Guardião da Lei.

LUA - Cultuada, desde a mais remota antiguidade, como a mãe universal, o princípio feminino que fertiliza todas as coisas, representa a alma. Suas forças são de caráter magnético e, portanto, opostas às do Sol, que possuem caráter elétrico. A Lua deve estar representada na parte Ocidental do teto dos Templos, em meio às trevas, em oposição ao Sol, que está no Oriente, para mostrar a escalada iniciática do Obreiro, das trevas em direção à Luz. Também pode estar presente no retábulo do Oriente, junto com o Sol, ladeando o Delta do lado em que ficar o Secretário, já que o titular desse cargo, na correspondência cósmica dos cargos em Loja, representa a Lua porque ele reflete, nas atas, a luz que vem do Orador, personificação do Sol.


PAVIMENTO MOSAICO - De origem sumeriana, simboliza, com seus quadrados brancos e negros, os opostos na vida do homem: a boa e a má sorte, a virtude e o vício, a riqueza e a miséria, a alegria e a tristeza, etc. Representa a mistura de raças, das condições sociais e do dualismo.

ESPADA - Instrumento de ataque e defesa é mais própria do Cobridor do Templo, o qual, simbolicamente deve usá-la para proteger o recinto con¬tra eventuais intrusos. É o símbolo da combatividade do homem em defesa de seus domínios. Nas mãos do Venerável Mestre, a Espada Flamejante, simboliza o poder de que está revestido para "criar" e "construir" Apren¬dizes, Companheiros e Mestres.

CORDA DE OITENTA E UM NÓS - É um adorno encontrado no alto das paredes verticais, com um nó central acima da cadeira do Venerável Mestre, tendo de cada lado quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul, terminando, seus extremos, em ambos os lados da porta Ocidental de entrada, em duas borlas representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação). Essa abertura na corda significa que a Maçonaria é dinâmica

E progressista, estando, portando, sempre aberta às novas idéias que possam contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da humanidade.

ESCADA DE JACOB -Trata-se da alusão bíblica à escada que Jacob teria visto em sonho. Símbolo da via ascendente até o céu. Através das três virtudes: Fé. Esperança e Caridade.

COLUNAS ZODIACAIS - Os signos zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da antiguidade, representam a morte e a ressurreição anual da natureza. Por isso, eles simbolizam o Iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão -representado por Áries, passo iniciai da renovação da natureza peio Fogo, simbolizando o fogo interno, o ardor do candidato à procura da Luz - até ao acme da sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de Mestre - representado por Peixes, a total renovação da natureza, a volta do Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. Os signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.

PAINEL - O Painel Simbólico da Loja de Aprendiz, mostra o pórtico e as colunas vestibulares, simbolizando a entrada no Templo; a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, símbolos dos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente; o Compasso e Esquadro entrecruzados, o Nível e o Prumo, simbolizando as três luzes da Oficina: Venerável Mestre, I ° e 2° Vigilantes, respectiva¬mente; o Maço e o Cinzel, instrumentos de trabalho do Aprendiz no desbastamento da Pedra Bruta; três janelas simbolizando a marcha do Sol; a Corda de Nós; e uma Orla Dentada, enquadrando todo o conjunto, simbolizando os opostos.

COLUNAS GREGAS - As três colunas, das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao Venerável Mestre e aos Vigilantes. A coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel simples, mas de alta plasticidade era a personificação da Força do homem, sendo, por isso, assimilada pelo Io Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A coluna Jônica, mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas era a representação da Sa¬bedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personifi¬cação da Sabedoria. A coluna Coríntia, com um capitel de maior beleza plástica é a representação da beleza, sendo assimilada pelo 2° Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza.

Ir.-. Arnaldo Sato

Bibliografia:
- Cartilha do Aprendiz -José Castellani - Ed. "A Trolha" - 1992.
- O Aprendizado maçônico - Rizzardo da Camino - Ed. "A Trolha" - 1993.
- O Aprendiz Maçom, As Benesses do Aprendizado Maçônico - Rizzardo da Camino -Ed. Madras - 2000.

Entrevista com o Maçom e Professor Maurício Ferreira.


Programa exibido pela Band Triângulo traz uma entrevista com Professor Maurício Ferreira e fala sobre a maçonaria.

Maçonaria promove segunda edição Projeto Juventude Assistida









A Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul - GLMERGS, através da Fundação Maçônica Educacional – FME e Loja Obreiro da Pedra n° 118, promovem neste final de semana no bairro Restinga de Porto Alegre a segunda edição do Projeto Juventude Assistida.






A Maçonaria é uma entidade universal, uma irmandade que tem por objetivo reunir homens bons para que produzam projetos, boas ações e obras que levem a sociedade ao progresso. Esta fraternidade tem por uma de suas características a discrição. Não é secreta, a instituição é discreta. O objetivo da Maçonaria é buscas o crescimento dos membros através do afastamento de vícios e maus hábitos.











A primeira edição do Projeto Juventude Assistida ocorreu em Gravataí, ano passado. Foram shows, apresentações, competições esportivas e culturais que objetivaram o afastamento do jovem do mundo das drogas. O Juventude Assistida, está baseado em nos pilares da Educação, Combate às Drogas e Profissionalização.











Dessa forma, convidamos você jornalista formador de opinião, para participar da divulgação desse projeto que é para a sociedade e não para membros da Maçonaria.
Colabore. Faça sua parte contribuindo para que mais jovens não entrem nas drogas e tenha um futuro digno.






Ficha Técnica:

















  • Projeto Juventude Assistida edição 2011 – Restinga








  • Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul - GLMERGS, Fundação Maçônica Educacional – FME e Loja Obreiro da Pedra n° 118 para jovens carentes.








  • Dias 19 (sábado, 10h, abertura oficial, 10:05min exposição do Relatório Social - Maçonaria e PJA - 10:15min - discursos de abertura, 10:55min - Banda do Colégio Hildo Meneguetti e segue com trabalhos gerais da Rua da Solidariedade e Cidadania durante o dia) e dia 20 (domingo, 9h - Roda de Chimarrão, 14h - Show Musical com Elisiane, 18:30min - encerramento do projeto na Restinga).








  • Bairro Restinga. Porto Alegre








  • O evento acontecerá com inscrições realizadas no local.








  • Para que nossa sociedade seja mais justa e igual através de mais oportunidades aos jovens gaúchos.
    Entrevista com o Coordenador do Projeto Juventude Assistida – Restinga, Gilberto Dihel 51 - 9982.9385

A INICIAÇÃO




Desde tempos imemoráveis, o homem percebeu que sua sobrevivência na terra somente seria possível se unisse esforços com outros semelhantes. Para se defender da natureza, para sobreviver aos animais, para providenciar alimentos e vencer o desafio da vida, deveria se juntar a outros homens, em esforço múltiplo, formando um agrupamento capaz de garantir a sobrevivência da própria espécie, num mundo cheio de insídias.

Numa sociedade pluralista, como a dos estados modernos, muitos são os interesses e os pensamentos, formando um mosaico de tendências, em torno das quais os homens se associam por afinidade. Existem inúmeras entidades de caráter político, social, religioso, assistencial, profissional, mercantil, etc., que agrupam homens afins por pensamentos e interesses. Todas elas dão ênfase à entrada de um novo elemento em suas hostes, manifestando-se de forma diversa. Desde o simples aplauso na assinatura da ficha partidária até à admissão formal nos clubes de serviço; desde o batismo nas religiões até a cerimônia atual de ingresso em uma sociedade iniciática. A Maçonaria não é exceção.

Mas por que motivo a Maçonaria dá tanta ênfase ao ingresso de um novo Irmão na Ordem, através da Iniciação, que é considerada a cerimônia mais importante para o novo adepto? Que tipo de perfil ele tem e qual o modelo de homem que se encaixa na descrição antropológica do Maçom? Para procurar a resposta, nos socorremos da obra "FILOSOFIA DA MAÇONARIA", de autoria do professor Di Bernardo G. M. I. Logo aparece a diferença entre a antropologia maçônica e as antropologias que derivam de uma religião: a VERDADE. Diz o autor: "De fato, para as religiões, a verdade é absoluta, eterna e imutável, e é revelada diretamente por DEUS e o homem não deve fazer mais nada a não ser aceitá-la. Para o verdadeiro Maçom, a verdade é um ponto de referência ideal para o qual ele converge, através do processo de aperfeiçoamento iniciático. E é um caso limite; de fato, poderá se aproximar gradativamente dela, mas nunca alcança-la Se o fizesse, transformaria a Maçonaria em religião, o que a Maçonaria não é".

Portando, o sentido global da antropologia filosófica maçônica se adquire somente através do ritual da Iniciação, ou seja, apenas ingressando na Ordem. Esta é a profunda e fundamental diferença entre a sociedade iniciática e qualquer outra sociedade.

Mas esta análise não é suficiente a caracterizar os requisitos que o Maçom deve assumir para pertencer à Ordem, enquanto sociedade de homens diferenciados. Ele deve integrar-se num conjunto de normas que se obriga a respeitar, normas que comportam a obrigação de ater-se à concepção maçônica do homem, sem exaurir-se nela. Para isso, ele necessita da Luz maçônica, que só lhe pode ser entregue através da Iniciação. Só na iniciação ele compreenderá ter entrado numa dimensão ética nova, num liame simbólico com outros homens diferenciados, a quem foram revelados os mesmos "segredos". Tornar-se-á uma "pedra bruta" única, no meio de todas as demais pedras brutas. Ele desbastará a SUA pedra bruta, com, a colaboração dos outros Irmãos, de forma reciprocamente essencial e pessoal.

Ao ser iniciado, o neófito adquire os meios para diferenciar os conceitos profanos das coisas do seu significado maçônico, passando a agir em conformidade com este último.

A Iniciação é a linha demarcatória entre o mundo profano e o maçônico, no qual o Irmão ingressa naquele momento.
Assim, percebe que, por exemplo, os conceitos de LIBERDADE, TOLERÂNCIA e FRATERNIDADE adquirem novos significados, quando vistos à luz da Doutrina Maçônica.

1 . A LIBERDADE é o requisito principal e imprescindível do iniciado que traz sua imagem da vida profana, mas, maçonicamente, pressupõe não apenas a SUA liberdade, mas, também, a liberdade alheia. No conceito profano, a liberdade é sinônimo de "libertação", pois conceitua a superação de uma situação negativa do indivíduo, em sentido estático (liberdade DA), por exemplo: da escravidão, da fome, da miséria, da ditadura, etc.

No conceito maçônico, a liberdade tem concepção positiva e dinâmica, significando ação e devolvendo a capacidade do homem de escolher e agir, livre e responsavelmente, com base em sua própria vontade (liberdade DE), exemplo: de fazer, de estudar, de pensar, etc.

A Maçonaria concebe um ordenamento moral comum, compartilhado subjetivamente, como a mais alta realização da perfeição iniciática do imanente. E, sendo a LIBERDADE a fonte originária da vida ética do homem, ela é, para os maçons, um conceito fundamental.

2. Por outro lado, vemos que o tema de liberdade individual é estritamente conexo com o princípio da TOLERÂNCIA, ou seja, o respeito à liberdade dos outros. Para o maçom, a tolerância é uma atitude que o induz a respeitar o pensamento de outro homem, embora não concorde com ele, em atenção ao princípio de tolerância à liberdade dos outros, permitindo assim a coexistência de um modo de pensar próprio, com a negação de qualquer forma de integralismo.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, em documento de 21 de junho de 1985, proclama textualmente: "... Não existe qualquer DEUS maçônico. O DEUS do maçom é o mesmo DEUS da religião que ele próprio professa".

Este é um exemplo extremo de tolerância, em que a Maçonaria, sem interferir na liberdade religiosa de seus membros, recomenda que os mesmos mantenham suas próprias convicções, respeitando-as.

De fato, o G A D U é o IDEAL, um ZENITH regulamentar, em sentido não-exclusivo e, portanto, premissa indispensável do princípio da TOLERÂNCIA.

3. Na Maçonaria, intimamente conexo à TOLERÂNCIA está o conceito de FRATERNIDADE.

Ele está ínsito na história do homem desde os tempos mais remotos, primeiro como simples vínculo de sangue e, após, como vínculo de família, de tribo e de comunidade.

Retorna mais tarde com a mensagem cristã, na qual todos os homens existem em relação de dependência do ato criador, portanto filhos de Deus e, por conseguinte, irmãos entre si.

Para o maçom, entretanto, a fraternidade está estritamente conexa com a TOLERÂNCIA, pois admite que outros homens possam ter idéias diferentes das suas e, assim mesmo, em nome da tolerância, os considera dignos de sua convivência e de seu respeito, sem realçar quaisquer características subjetivas e individuais, como educação, cultura, inteligência, etc.

Ao fazer isso, o maçom os iguala a si próprio, considerando-os afins a ele e, portanto, IRMÃOS.

Portanto, vimos que a FRATERNIDADE está intimanente conexa com a TOLERÂNCIA e esta, por sua vez, conexa com a LIBERDADE. Mas cabe-nos fazer uma pergunta: será que o maçom poderá desbastar sua pedra bruta e subir pelo caminho da autorealização apenas com esses elementos, sem recorrer ao elemento TRANSCENDÊNCIA? Entendemos que não. Mas para chegar a isso, o caminho é longo e árduo, especialmente para quem recém inicia sua viagem maçônica, como o neófito.

Esta viagem, simbolizada pelas três caminhadas da cerimônia, inicia-se na noite de seu ingresso na Ordem, quando percebe não passar espiritualmente de uma pedra bruta ou, como diria de maneira mais própria nosso Venerando Ir:. SAMUEL HERBERT JONES: uma "PEDRA EM BRUTO.

A Loja, na mesma ocasião, através do "catecismo", lhe entrega as "ferraimentas" com as quais desbastará suas imperfeições e anomalias, a começar pela parte material de sua personalidade. Tais "ferramentas" estão nas primeiras instruções que recebe e compreendem regras básicas e materiais sobre disciplina, ordem, hierarquia, comportamento, postura pessoal em Templo e fora dele, respeito, obediência e, sobretudo, OBRIGAÇõES.

Surge aí, para os incautos, o primeiro choque e, por fim, a pergunta: Será que a Maçonaria é uma organização anacrônica e superada, que numa época em que todos reclamam por seus direitos, aponta e exigem do maçom apenas DEVERES e OBRIGAÇÕES?

A resposta é simples: no enfoque da ÉTICA maçônica, ninguém pode exigir seus direitos ANTES de ter cumprido com seus deveres, sob pena de inversão da ordem de valores, o que levaria ao CAOS, que é o oposto do que se propõe a Ordem, cujo lema filosófico é: ORDO AB CHAO (Ordem do caos).

Cumprindo suas obrigações para com os Irmãos, com a Loja, com a Maçonaria e com a sociedade, o neófito poderá abstrair-se do material e perscrutar seu interior, no qual a Iniciação já jogou, por intermédio da luz de seus ensinamentos, a semente da especulação, da procura da VERDADE.

Depois de superado o período de formação material, num lento disciplinamento de sua personalidade profana e gradual adaptação à personalidade maçônica, adquirida pela Iniciação, o Irmão começará a construção de seu templo interior, num lento caminhar em direção à VERDADE. Mas, terá ele forças e estímulo suficientes para conseguir o que pretende?

No mundo profano em que vive, o homem se encontra em estado de INDIGÊNCIA, pelas frustrações da vida diária e pela falta, cada vez mais acentuada, de aspirações fundamentais de caráter espiritual e moral.

O acesso a tais aspirações, quando as têm, somente se lhe afigura possível através da intervenção da religião e da fé, pois suas capacidades são cada vez mais limitadas, não lhe permitindo o acesso à VERDADE, a não ser pela revelação.

Como explica o professor Di Bernardo, na obra já citada, para o maçom a concepção de indigência está conexa com um transcendente regulador, limite realmente inacessível, em direção ao qual o maçom se esforça aproximar, com a intenção de melhorar e aperfeiçoar a si próprio. A base para isso são as condições intrínsecas do indivíduo e não a intervenção salvadora da divindade, ou seja: a VERDADE concebida como ponto de referência ideal para o qual dirigir-se gradualmente através do aperfeiçoamento iniciático, sem jamais declarar alcança-Ia. Se o maçom assim não agisse, daria à noção de VERDADE um conteúdo de revelação, reduzindo toda a filosofia maçônica a simples religião.

Na Maçonaria, a TRANSCENDÊNCIA justifica a moral e confere sentido à realidade humana, representando o fim supremo para o qual o homem se dirige na realização contínua de seus ideais.

Diria portanto, concluindo, que LIBERDADE, TOLERÂNCIA e FRATERNIDADE expressam propriedades do homem projetado num processo de auto-realização, orientado pela TRANSCENDÊNCIA que, por sua vez, regula o IMANENTE e este tende em direção à TRANSCENDÊNCIA, nos levando a interminável caminhada que nos propormos, em direção à VERDADE que, fundamentalmente, começou com a Iniciação quando, pela primeira vez, nos foi dada a LUZ.




Fonte: Irm Guido Bakos
O PRUMO - Nº 101

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A PREVALÊNCIA DO ESPÍRITO SOBRE A MATÉRIA




A fim de compreender o título desta exposição é necessário, antes, conceituarmos os termos Espírito e Matéria para não os associarmos à idéia de antagonismos ou a conceitos populares despidos das suas verdadeiras significações e papéis que cumprem perante as Leis Universais.

Comecemos com a seguinte frase de Michelangelo que se aplica com perfeição às alegorias maçônicas:

“Dentro de um bloco de mármore habita uma linda estátua”.

É lógico dessa forma pensarmos, decodificando a alegoria supra, que a matéria, no caso, o mármore, cumpre o papel de envolver uma criação mais superior do que a forma bruta apresentada pelo bloco. E que o paciente e contínuo trabalho do cinzel faz emergir sob a forma de obra de arte.

No seu conceito normal, a matéria é qualquer substância sólida, liquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. Existem, ainda, conceitos subjetivos sobre o termo Matéria, porém interessa-nos, sobremaneira a definição posta pela Filosofia que ensina: “o que é transformado ou utilizado pelo trabalho do homem para um determinado fim.”

Isso posto, passemos a analisar o termo Espírito que, além dos seus significados populares e literários, tem em sua origem latina o seguinte sentido: a parte imaterial do ser humano, alma; e na Filosofia é o pensamento em geral, o sujeito da representação, com suas atividades próprias e que se opõe às coisas representadas; à matéria ou à natureza.

Comparando os conceitos expostos, para maior clareza no que pretendemos elucidar verificamos que: Matéria ® substância concreta, palpável; Espírito ® substancia imaterial

Matéria ® substância sem vontade própria; Espírito ® possui vontade própria, racionalidade em sua atividade e representação.

Em princípio, sem uma observação mais lógica da Natureza, tem-se a idéia de que espírito e matéria são contrários, portanto, antagônicos, mas a origem dos dois fluem do mesmo princípio universal – da Criação Divina.

Eis, então, a questão: O G.'.A.'.D.'.U.'. criou a matéria e o espírito para se digladiarem ou para se completarem?

Basta uma simples observação dos acontecimentos na caminhada do ser humano neste planeta para concluirmos que a Matéria, na forma da Natureza, aí está para completar as necessidades do Espírito e servi-lo, de modo a fornecer-lhe a subsistência durante seu tempo de estada nesta escola.

Manda a lógica, ainda, nos remetermos ao fato de que o Espírito Humano – Criação de Deus – na sua Perfeição e Sabedoria infinitas, foi agraciado com um corpo material, como uma espécie de vestimenta, devendo através dele cumprir sua tarefa de aprendizado, pelo fato de ainda reunir poucos sinais de evolução. Precisa da matéria para se expressar e locomover.

A interação e interconexão do Corpo Humano com o Espírito é algo notável e maravilhoso, motivo de introspecção e análise mais apurada, psicosomatismo esse que se diferencia de todos os outros reinos da natureza, onde predomina, nas formas mais vivas, o instinto.

Coloco, aqui, uma afirmação espiritualista que diz:
O Espírito dorme no mineral, acorda no vegetal, sonha no animal e, pensa no homem...

O corpo humano é um Templo sagrado, emprestado, com pouca durabilidade, que o Espírito tem o compromisso de zelar e de utilizar com sabedoria e equilíbrio.

O Espírito faz do corpo a sua sede que, de acordo com seu aprendizado, se manifesta em idéias e pensamentos os quais poderão gerar energias poderosas de transformação para o bem ou para o mal.

A matéria é, portanto, um instrumento físico compatível com o mundo em que estamos inseridos, que serve ao Espírito para sua jornada evolutiva.

É, entendendo dessa forma, que acontece a prevalência do Espírito sobre a Matéria.

Logo, o Espírito Humano deve compreender que veio para estar neste mundo, sem ser deste mundo! É a luta interior do velho conflito humano entre o ter e o ser...

As iniciações, no campo das Doutrinas Filosóficas, cuja crença em um ser superior é condição “sine qua non”, como a MAÇONARIA, colocam aos interessados, através de um processo iniciático, estruturas de conhecimentos esotéricos e intelectivos que preparam o NOVO HOMEM para a vida além do físico, da dependência material a que se atrelou por falta de avanço espiritual.

Voltando à frase de Michelangelo, podemos afirmar que o corpo humano abriga o que há de mais sublime da Criação Divina, através de SEU FLUIDO UNIVERSAL, que é a capacidade intelectiva e emotiva de perceber, sentir, interpretar e dar cumprimento às Leis que emanam de Sua Perfeita Justiça e Sabedoria no Espírito por ELE criado à sua semelhança.

O bom ou o mau uso dessa concessão divina dirá do estado moral de cada um, habilitando o homem à libertação da matéria ou mantendo-o preso, impedindo-o de alçar voos mais altos.



FONTE: Arabutan Alves Marinho MM