sábado, 28 de março de 2009

SÉRIE DE 300 PERGUNTAS E RESPOSTAS DA MAÇONARIA (O MAÇOM)

O QUE SIGNIFICA A PALAVRA MAÇOM?
R: Trata-se de palavra vinda do francês “maçon” que em português recebe a grafia de “maçom” ou “mação” e quer dizer “pedreiro”

O QUE É UM MAÇOM?
R: É maçom todo aquele que for regularmente iniciado nos Augustos Mistérios da Ordem Maçônica em Loja Justa e Perfeita.

COMO DEVE SER UM MAÇOM?
R: Ser maçom, não é apenas colocar-se dentro de um Templo, devidamente revestido de suas insígnias e em postura correta; ser maçom é irradiar as qualidades mentais e espirituais adquiridas através de uma vivência maçônica.

O QUE SE ESPERA DE UM MAÇOM?
R: O maçom, desde que integrado na essência da iniciação, deve ser bom pai, melhor filho, apreciável irmão, ótimo esposo e invejável cidadão.

COMO DE AGIR UM MAÇOM?
R: Deve tornar-se uma criatura transfigurada espiritualmente, pautando sua norma de agir dentro dos princípios maçônicos, elegendo sua consciência como guia e proclamando sua liberdade como requisito fundamental.

QUAIS SÃO OS VALORES QUE A MAÇONARIA RECONHECE?
R: São os sentimentos nobres e as ações altruísticas, únicos valores pessoais que a maçonaria reconhece como de alta valia para os homens.

COMO SE DENOMINAM OS ATUAIS MAÇONS?
R: Maçons antigos, livres e aceitos.

O QUE SE ENTENDE POR MAÇOM ACEITO?
R: São maçons não profissionais ou não operativos, admitidos ou agregados a corporações de pedreiros-livres e respectivas fraternidades, nos tempos em que a maçonaria operativa passou a congregar nobres, intelectuais e protetores.

O QUE SE ENTENDE PELO ADJUTIVO “LIVRE” EM MAÇONARIA?
R: Designa o homem independente, senhor de si mesmo e que pode, por sua condição, pertencer à Ordem Maçônica, sem sacrifício de seu bem-estar pessoal e do sustento de sua própria família.

QUAIS OS PRINCIPAIS DIREITOS DE UM MAÇOM?
R: A justa proteção de sua Loja, da Ordem e dos maçons;
emitir livremente sua opinião, desde que não fira os preceitos da Ordem;
pugnar pelos seus direitos, exercendo a mais ampla liberdade de defesa;
pedir em qualquer tempo a sua demissão.


QUAIS OS PRINCIPAIS DEVERS DE UM MAÇOM?
R:
  • Cumprir e fazer cumprir todas as leis e resoluções emanadas das autoridades maçônicas competentes;
  • Instruir-se nos princípios e praticas maçônicos;
    ser membro ativo de uma loja e ser assíduo em seus trabalhos;
  • Reunir e discutir assuntos maçônicos somente em lugar vedado à vista e aos ouvidos dos não maçons.


QUAIS AS OBRIGAÇOES DE UM MAÇOM?

  • Honrar e venerar o G\A\D\U\ que quer dizer: Grande Arquiteto do Universo;
  • Tratar todos os homens como seus iguais;
  • Combater a ambição;
  • Lutar contra a ignorância;
  • Praticar a justiça;


QUAIS SÃO OS DEVERES DE UM MAÇOM PARA COM O G\A\D\U\?
R: Amá-lo sobre todas as coisas, venerando-o com todo o respeito e não tomando o seu Santo Nome em vão.O QUE AMBICIONA O MAÇOM?Sendo livre de bons costumes e estando nas trevas, ambiciona ver a luz.ONDE O MAÇOM É RECEBIDO?Em uma Loja justa, perfeita e regular.


POR QUEM O MAÇOM É LEVADO A UMA LOJA?
R: Sempre por um amigo que, depois, acaba reconhecendo como irmão.

POR QUE SE USA O TRATAMENTO DE IRMAO?
R: Porque os maçons devem amarem-se uns aos outros e serem leais e dedicados mutuamente. Traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os coraçoes dos que militam em seus augustos Templos ou augustos mistérios.


QUAL A OBRIGAÇAO QUE ENCERRA O TITULO DE IRMAO?
R: Encerra uma obrigação muito séria, que é a de socorrer qualquer outro irmão que se achar em situação difícil, desde que não seja originada por sua própria culpa ou leviandade.


COMO O MAÇOM SE LIGA A SUBLIME INSTITUIÇAO?
R: Por um juramento e uma consagração.


QUAL A PROMESSA QUE O MAÇOM FAZ AO SER ADMITIDO?
R: Proteger e socorrer a seus irmãos, dentro do que é justo.

PARA QUE SERVE O SEGREDO MAÇONICO?
R: O segredo e mistério que cobrem os trabalhos maçônicos servem para conservar fora de qualquer ostentação os benefícios distribuídos.


QUAIS SÃO AS CARACTERISTICAS DE UM BOM MAÇOM?

R: Virtude, honra e bondade.


QUAIS AS QUALIDADES ESSENCIAIS AO MAÇOM?

R: Amor, vontade e inteligência.

O QUE É TROLHAMENTO OU TELHAMENTO?

R: É a verificação da identidade de um visitante em uma Loja que não seja a sua, quando responderá a um questionário que lhe é proposto pelo Venerável Mestre, precedido da apresentação de documentos.

QUAL A ORIGEM DA IDENTIFICAÇAO MAÇONICA?

R: A identificação por meio de Sinais, Toques e Palavras é de origem medieval, praticada que era, principalmente, entre os “pedreiros-livres” nas respectivas fraternidades.

COMO O MAÇOM SE FAZ RECONHECER?

R:Pelos sinais, toques e palavras.

O QUE SIGNIFICA O SINAL?

R: A honra de guardar o segredo

QUAL O SIGNIFICADO DA PALAVRA SAGRADA?

R: Força, Moral e Apoio.

O QUE SE ENTENDE POR TOLERANCIA EM MAÇONARIA?

R: Entende-se que o comportamento do maçom deve ser de respeito a todas as manifestações da consciência.

O QUE SIGNIFICA A EXPRESSAO “ENTRE COLUNAS”?

R: Significa “entre irmãos”, ou,” em segredo” e, ainda, em “Loja coberta”

QUAL A VERDADEIRA INSIGNIA DO MAÇOM?

R: O Avental que usa.

PODE O MAÇOM APRESENTAR-SE EM LOJA SEM A SUA INSIGNIA?

R: Em nenhuma sessão poderá o maçom apresentar-se sem estar revestido do avental.

POR QUE O MAÇOM DEVE USAR O AVENTAL EM LOJA?

R: O maçom trabalha de avental. É ele o símbolo do trabalho e a dignidade do trabalho e mais importante que qualquer outro distintivo.

POR QUE O APRENDIZ USA O AVENTAL COM A ABETA LEVANTADA?

R: A tradição afirma que os aprendizes carregavam pedras junto ao peito. Por isso a aprendiz usa o avental com a parte superior levantada.

O QUE SIGNIFICAM AS LUVAS BRANCAS TRAZIDAS PELOS MAÇONS?

R: Elas são o símbolo da pureza e significam que o maçom deverá Ter sempre suas mãos limpas de qualquer impureza.

Continua...

Fonte: ARLS União e Paz,166

terça-feira, 24 de março de 2009

SÉRIE DE 300 PERGUNTAS E RESPOSTAS DA MAÇONARIA (A MAÇONARIA SIMBÓLICA)

COMO SE DIVIDE A MAÇONARIA SIMBOLICA?
R: A maçonaria simbólica se constitui nos três primeiros graus universalmente reconhecidos e adotados, APRENDIZ, COMAPNHEIRO E MESTRE.
O QUE É UMA LOJA SIMBOLICA?
R: É uma entidade jurídica que congrega um numero ilimitado de maçons, com um mínimo de sete mestres, sujeita a leis e regulamentos da sua potência e aos princípios da maçonaria universal.
EM QUANTAS CATEGORIAS DIVIDEM-SE AS LOJAS SIMBOLICAS?
R: Em três categorias. Constituídas, provisórias e ocasionais.
O QUE SE SABE SOBRE A MAÇONARIA SIMBOLICA?
R: Embora a maçonaria de qualquer grau se inspire em alegorismo e simbologia, os maçons separam a maçonaria simbólica da maçonaria de perfeição e da maçonaria filosófica.
O QUE CONSTITUI A MAÇONARIA SIMBOLICA?
R: Constitui a maçonaria básica, essencial e fundamental, só abrangendo os três primeiros graus.
TODO MAÇOM TEM QUE PERTENCER A UMA LOJA SIMBOLICA?
R: Sim, todo maçom, mesmo do grau máximo de qualquer rito, tem de pertencer a uma loja simbólica.
O QUE OCORRERA SE ELE NÃO PERTENCER A UMA LOJA SIMBOLICA?
R: Será considerado irregular e perderá até o direito de freqüentar as reuniões de seu próprio grau.

Continua...
Fonte: ARLS União e Paz,166

segunda-feira, 23 de março de 2009

SÉRIE DE 300 PERGUNTAS E RESPOSTAS DA MAÇONARIA (OS LANDMARKS E OS MANDAMENTOS)

O QUE SE ENTENDE POR LANDMARKS?

R: Os landmarks são considerados como as mais antigas leis que regem a maçonaria universal, caracterizando-se por sua antiguidade.

QUAL A DURAÇÃO DOS LANDMARKS?

R: São eternos e imutáveis. Enquanto a maçonaria existir os landmarks serão os mesmos, como o eram há séculos.

QUANTOS SÃO OS LANDMARKS?

R: São vinte e cinco e foram colecionados pelo irmão A. Mackey.

QUAL O PRIMEIRO LANDMARK DA MAÇONARIA?

R: Crer no Grande Arquiteto do Universo.

POR QUE O SIGILO É UM DOS PRINCIPAIS LINDEIROS MAÇONICOS?

R: Porque os métodos de reconhecimento e identificação e os trabalhos maçônicos devem ser sigilosos. Trata-se de regra que resulta mais dos ensinamentos bíblicos e do culto da modéstia e da humildade, do que do receio de indiscrições profanas.

O QUE SÃO REGRAS GERAIS?

R: São certas normas tradicionais ainda conservadas nos Regulamentos Maçônicos, quer como complemento dos Landmarks, quer como corolário da própria doutrina maçônica.

CONHEÇA CINCO MANDAMENTOS DA MAÇONARIA UNIVERSAL.

a) adora o Grande Arquiteto do Universo que é Deus

b) faze o bem pelo próprio bem

c) ama o teu próximo como a ti mesmo

d) não faças o mal, embora não esperes o bem

e) faze do teu corpo um templo, do teu coração um altar e do teu espírito um apostolo do amor, da verdade e da justiça.

NO QUE CONSISTEM AS BOAS OBRAS?

R: No verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto do Universo que é Deus.

Continua...

Fonte: ARLS União e Paz,166

domingo, 22 de março de 2009

SÉRIE DE 300 PERGUNTAS E RESPOSTAS DA MAÇONARIA

A MAÇONARIA
O QUE PREGA A MAÇONARIA?
A crença na existencia do Grande Arquiteto do Universo. Subsidiariamente a essa crença, exige-se acreditar em uma vida futura.
QUAIS AS DENOMINAÇOES USUAIS UTILIZADAS NA MAÇONARIA NO QUE DIZ RESPEITO AO CRIADOR?
Grande Arquiteto do Universo, Supremo Construtor e Grande Geometra.
QUAL O MAIS PRECIOSO BEM PARA A MAÇONARIA?
A liberdade, que é o patrimônio de toda a humanidade.
EM QUE SE BASEIA A MORAL ENSINADA PELA MAÇONARIA?
No amor ao próximo.
QUAL É O SEGREDO MAÇONICO?
É a significação profunda de seus simbolos. São os sinais figurativos e as palavras sagradas que compõem o linguajar maçônico, para comunicação a uma distancia maior e para reconhecimento dos maçons, não importando o idioma que falem.
QUAL A ORIGEM DA MAÇONARIA?
Sua origem se perde na noite dos tempos.
POR QUE A MAÇONARIA É UMA INSTITUIÇAO?
Porque tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento de costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade legalmente constituída, às leis do país em que se acha estabelecida, sendo Universal, espalhando-se as suas Oficinas por todos os recantos da Terra.

Continua...

Fonte: ARLS União e Paz,166

segunda-feira, 16 de março de 2009

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quarta-feira, 11 de março de 2009

"MAÇONS PRESTIGIAM E ENTIDADE SE DESTACA EM EVENTO SOCIAL"

Membros da Maçonaria prestigiam Aniversário de 119 anos de Luzilândia

Na data comemorativa ao aniversário da cidade de Luzilândia, nos seus 119 anos de emancipação político-administrativa, a Maçonaria se fêz presente e prestigiou o evento, com a participação de vários de seus membros, destacando-se, d'entre muitos destacados maçons da cidade, James Francisco Mendonça Couto, que é venerável mestre da A.'.R.'.L.'.S.'., Liberdade e União Vale do Parnaíba Nº. 15, Oriente de Luzilândia – PI, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica Unida do Piauí. James Couto é membro fundador do grupo Gnóstico Nova Era de Luz, também de Luzilândia, no Piauí.
A maçonaria, segundo os seus ditames constitutivos, é uma associação de carácter universal, cujos membros cultivam a filantropia, justiça social, aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento intelectual e fraternidade, é assim uma associação iniciática, filosófica, filantrópica e educativa. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e correctamente designadas) Lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si".
Como se tratava de um evento da mais alta importância para a sociedade local, a presença dos maçons elevou ainda mais o caráter festivo e social das solenidades em praça pública, segundo avaliaram as autoridades municipais, fato que também contribuiu para levar a população para as principais ruas da cidade, realçando o caráter humanitária da entidade secular.
Fonte: Jornal de Luzilândia/por Ivo Júnior

domingo, 8 de março de 2009

CLIQUE E VEJA QUE BELA LOJA NO E.U.A.

Loja da Filadélfia U. S. A

Joel Affonso

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TRIBUTO AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Mulher: Mãe sábia e generosa que sempre orienta, aconselha e acolhe, sempre visando o bem. Esposa, companheira ou amante, sempre digna e diligente, cúmplice imorredoura, parceira dos grandes projetos, parteira dos melhores momentos.

Criança travessa, garota marota, menina danada, alegria contagiante. Filha jovem, adolescente ou "aborrecente", sempre muito querida, motivo de amor e orgulho. Moça bonita, laboriosa e inteligente, puro encantamento. Musa inspiradora, sangria desatada, flecha de cupido, semeadora de sonhos. Emblema da fecundidade, signo da prodigalidade, sinal de mistério, combinação perfeita entre o sagrado e o profano, união do humano com o divino. Mulheres minhas, suas, de si próprias ou de ninguém; daqui, dali ou alhures; mulheres de todas as idades, raças, crenças, profissões ou filosofias: vocês são trabalhadoras edificantes da grande messe, construtoras da paz, sal da terra, tempero do mundo, síntese da vida.

Parabéns pelo seu dia.


Cordialmente, Geraldo Mendes dos Santos.



Fonte: Dr.Geraldo Mendes dos Santos

Samaúma - Portal Maçônico.

sábado, 7 de março de 2009

FREI CANECA


O Nordeste foi ao seu tempo um importante centro de atividades políticas e culturais e um palco de agitações e conjuras em prol da independência do Brasil

(...)
Seu nome completo Frei Joaquim do Amor Divino Rebelo Caneca. Foi ele um dos três grandes jornalistas políticos da época da luta pela emancipação política do país. Os outros dois são Hipólito José da Costa e Cipriano Barata.

A data de nascimento do Frei Caneca é objeto de controvérsias. Seu biógrafo João Alfredo de Souza Montenegro simplesmente confessa sua ignorância: segundo ele, não sabemos quando nasceu Frei Caneca. José Castellani propõe a data de 1779. Já Wilson Martins, o autor da História da Inteligência Brasileira, propõe 1780. Frei Caneca nasceu no Recife, bairro de Fora das Portas, freguesia de S. Frei Pedro Gonçalves. Foram seus pais Domingos da Silva Ravelo (ou Rabelo ou Rebelo) e Francisca Maria Alexandrina de Siqueira. O apelido Caneca, de iniciativa do próprio frade, é uma homenagem à profissão de tanoeiro, exercida por seu genitor.

O clero dessa época era aberto ao Iluminismo e às idéias revolucionárias francesas.

Os antepassados portugueses do frade pertenciam à família Dantas, ainda hoje importante família nordestina. Contava elo que sua família tinha muitos padres, dentre os quais Frei Antônio da Natividade, Dantas, carmelita português natural da cidade de Elvas. Orgulhava-se também de ter sangue indígena e talvez africano, como confessa num texto auto-biográfico que reproduzimos a seguir, trecho de um panfleto político que, como muitos outros textos do Frade, apresenta um título muito engraçado: "O Caçador atirando à Arara Pernambucana em que se transformou o Rei dos Ratos José Fernandes Gama": "Não posso subir mais acima com esta exposição, porquanto as perturbações, guerras e massacres d'aqueles tempos infelizes, destruíram os monumentos de outras cousas de conseqüência, quanto mais as notícias de uma família que, não descendendo dos Machucas, dos Queixadas, dos Caiporas, não tinha o seu pedaço de couro de anta com os nomes escritos de seus maiores. Piratibás, Pagés, Carnipecabás. Mas é ponto de fé Pia que essa Maria das Estrellas (sua primeira ascendente brasileira) havia de ser alguma Tapuia, Potiguari, Tupinambá, senhora de muito mingáo, tipoias, aipí e macacheira; e também si foi alguma Rainha Ginga, nenhum mal me faz; já está à porta do tempo de muito nos honrarmos do sangue africano"

Tomou ele o hábito de carmelita a 8 de outubro de 1796, no convento de N.S. do Carmo, no Recife. Fez sua profissão solene no ano seguinte. Desde cedo revelou pendor pelos estudos. Por iniciativa do convento adquiriu patente de leitor em Retórica e Geometria em 1803. Publicou duas obras didáticas: uma Gramática e um Tratado de Eloqüência.

Muitos hoje podem estranhar esse tipo de formação de um eclesiástico, privilegiando as Ciências e não Teologia. Isso, porém, era muito comum naquela época - fins do século XVIII e inícios do século XIX em que muitos elementos da sociedade luso-brasileira ingressavam no clero simplesmente por ser a única possibilidade de estudar. O clero dessa época, aberto às influências do Iluminismo, foi um grande difusor das idéias democráticas e revolucionárias de origem francesa e muito: de seus elementos participaram ativamente das agitações e conjuras. Numerosos eram os eclesiásticos que se filiavam à Maçonaria. Costumamos denominar esses clérigos de iluministas ou ilustrados, ou ainda de pombalinos, por causa das reforma na Igreja lusa feitas pelo ministro esclarecido Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, que a tradição maçônica diz te sido nosso Irmão.

O Nordeste da época de Frei Caneca foi um importante centro de atividades políticas e culturais, um pólo de difusão do pensamento iluminista e um palco de agitações e conjuras revolucionárias em prol da independência do país.

O Irmão Azeredo Coutinho fundou o Seminário de Olinda, onde fervilhavam idéias liberais.

O famoso Areópago de ltambé foi fundado pelo Padre Arruda Câmara

Temos, por exemplo, a Conjura Baiana ou Revolução dos Alfaiates, que alguns autores fazem coincidir com a fundação da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz, na cidade da Barra. Nem todos os historiadores maçônicos, porém, aceitam isso. Temos também a atuação do Padre Manuel de Arruda Câmara (1752-1810) que criou em 1796 o famoso Areópago de Itambé, que alguns autores consideram a primeira instituição maçônica brasileira. Não se trata, porém, de uma loja regular, é uma academia literária como a nossa, uma instituição paramaçônica.
.....
Cumpre também lembrar a atuação do bispo ilustrado Azeredo Coutinho, considerado nosso Irmão por muitos historiadores maçônicos, que em 1798 fundou o famoso Seminário de Olinda, importante centro de difusão dos princípios iluministas na região nordestina.

Frei Caneca exerceu importante liderança nos movimentos revolucionários e democráticos do Nordeste de sua época. Participou ativamente da Revolução Pernambucana de 1817, liderada pelo maçom Domingos José Martins. Após a Independência, as veleidades absolutistas de D. Pedro I fazem Frei Caneca converter-se em adversário político do Imperador. De dezembro de 1823 a agosto de 1824 publica no Recife o jornal Tífis Pernambucano (Tífis, na mitologia grega, é o nome do timoneiro da nau Argo) onde desenvolve propaganda republicana e move implacável campanha contra D. Pedro I, desde a dissolução da Constituinte até a imposição da Constituição Outorgada. Termina por envolver-se com a Confederação do Equador, movimento que procurou criar uma república que uniria várias províncias nordestinas. Com o malogro do movimento, foi preso, julgado e condenado à morte por enforcamento. Diz a tradição que acabou sendo fuzilado, já que os carrascos disponíveis no Recife unanimemente se recusaram a executá-lo. Ainda hoje Frei Caneca continua sendo um dos heróis nacionais mais queridos e lembrados no Recife.

Caneca criticou Roma por perseguir os pedreiros livres depois de beneficiar-se com o trabalho das antigas corporações.

Vejamos as relações de Frei Caneca com a Maçonaria. Não existe nenhum documento provando taxativamente que Frei Caneca pertenceu à Ordem, mas temos provas indiretas, como textos que ele escreveu em defesa da mesma, como uma das Cartas de Pítia a Damão de 1823, em que discorre sobre as Sociedades Secretas de Pernambuco. Nesse texto, defende a Maçonaria contra seus perseguidores, que considera fanáticos obscurantistas, mas combate asperamente o Apostolado, organização paramaçônica criada por D. Pedro I para opor-se à Maçonaria, taxando-o de clube de aristocratas corrompidos e estúpidos. Resume a história e os princípios da Maçonaria, criticando Roma por perseguir os pedreiros livres depois de muito ter se beneficiado com o trabalho das antigas corporações de arquitetos. Considera o Evangelho Cristão a base dos estatutos maçônicos, perfeitamente compatíveis, portanto, com a caridade cristã. Critica asperamente os clérigos beatos que perseguem a Maçonaria, taxando-os de benzedores e exorcistas que vivem às custas da população ignorante e supersticiosa e convida seus leitores a lançar fora os prejuízos da má-educação e a se tomarem racionais e prudentes. Comparando a Maçonaria com a Jardineira, sociedade secreta existente em Pernambuco, diz ele o seguinte: "A Franco-Maçonaria está mais adiantada do que a Jardineira; porque está aqui há mais tempo estabelecida e mais acreditada pela sua antiguidade no Universo, universalidade na Europa, grandes personagens que nela têm figurado, pelos bens que há feito à humanidade, mormente no tempo da revolução francesa e da presente na causa de nossa independência e liberdade política (...) A palavra Franco-Maçonaria significa regra ou sistema dos mistérios e segredos peculiares à sociedade dos franco-maçons. A Franco-Maçonaria é uma antiga e respeitável instituição, que abraça indivíduos de todas as nações, de todas as religiões e de todas as condições'

Cumpre lembrar também que Frei Caneca traduziu da Enciclopédia Inglesa um artigo sobre a história da Maçonaria.

Os padres engajados eram combatidos pela cúpula de Roma e encontraram guarida na Maçonaria

Como teria sido o Cristianismo de Frei Caneca? Ele próprio expôs sua visão da religião cristã no Sermão sobre a Oração, pregado na Capela da Ordem Terceira do Carmo do Recife a 14 de fevereiro de 1823: "Para se orar de um modo aceitável a Deus (...) tido é preciso gastar uma manhã, uma tarde, um dia, basta um instante, em que nos prostremos humildemente diante de sua augusta majestade (...) O Divino Mestre estabeleceu o Padre Nosso que é quanto basta. Não há na sociedade cristã uma pessoa, por mais abastada em bens, por mais avançada em anos, por mais desocupada em empregos civis, que deva passar todo o dia e toda a noite entregue somente a meditações, a jaculatórias, a elevações de espírito, a arroubamentos e outras obras de super rogação. O homem nasceu para a sociedade (...) "

Vemos aqui que Frei Caneca dava mais ênfase à religião interior do que às práticas devocionais, valorizava mais a ação do que a contemplação, foi ele um cristão racionalista, iluminista, plenamente engajado na causa liberal democrática e nas lutas revolucionárias de seu tempo em prol da independência e da democracia.
....

FONTE: Prof. Dr. Ricardo Mário Gonçalves / ARLS Educação e Integração Nº 231 - São Paulo - Resumo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Em Recife, no dia 6 de março de 1817, deflagra-se um levante no Forte das Cinco Pontas, contra o governo de D. João VI. Ocorreu pouco antes da independência do país. Inflamados pela antiga hostilidade entre brasileiros e portugueses, em face do controle do comércio exercido ostensivamente pelos colonizadores. Os ingleses também exerciam um papel importante, nesse controle.
Sem sombra de dúvidas, foi um dos grandes movimentos revolucionários nordestinos, em que a Maçonaria Brasileira assumiu grande responsabilidade. Consta que mais de cem de nossos IIrm pereceram, por ele.
O levante eclodiu como inspiração, se não tendo como causa, principalmente a Revolução Francesa. A independência dos Estados Unidos, a luta pela emancipação de vários países hispano-americanos, as concepções iluministas destacadas, na Europa, como nas demais, foram motivos de grande valor, nas posições tomadas.
Ocorre que controle da coroa portuguesa era mantido no Brasil muito centralizado, em área restrita e isolada, como a do Rio de Janeiro, trazendo prejuízo para grande parte das demais regiões e o sistema afetava enorme e negativamente as exportação de nossos produtos nativos como o açúcar.
Revolução Pernambucana de 1817 se propagou, embora sem a indispensável unidade, pelas capitanias vizinhas de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Tudo se iniciou com a fuga do governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro que se sentiu pressionado, do Recife para o Rio de Janeiro, sendo substituído por uma Junta Governativa composta do negociante (que foi considerado dentre todos o principal promotor do levante):- Irm Domingos José Martins e também de um magistrado, de um militar, de um proprietário rural e de um representante do clero Irm José Ignácio Ribeiro de Abreu e Lima, conhecido como Padre Roma que se tornou um dos mártires dessa Revolução.
Nessa Insurreição Pernambucana consolidaram-se as idéias de pátria, com os anseios de fraternidade e de liberdade. Os rebeldes adotaram uma Lei Orgânica, destinada a regulamentar os poderes da república de Pernambuco. Inspirada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa.
Essa lei deveria vigorar até a convocação de uma Assembléia Constituinte, que desse ao novo país uma Constituição definitiva.As aspirações de lutas formavam-se, gradativamente, entre todas as camadas descontentes da população.
Os pernambucanos já haviam experimentado, nos palcos das batalhas dos Montes Guararapes, sucessivas vitórias, dando oportunidade que ao nascimento do sentimento de união entre os brasileiros.
Os insurretos procuraram o reconhecimento e o apoio inclusive internacional, enviando emissários do governo recém-criado a outras províncias e aos Estados Unidos, Argentina e Inglaterra e até, em virtude disso, foi que na Paraíba, formou-se governo revolucionário que se declarou independente de Portugal.
Não obstante a reação do governo português foi rápida: Destacaram uma tropa da Bahia comandada pelo marechal Lacerda e uma esquadra do Rio de Janeiro sob a chefia de Rodrigo Lobo.
Apesar de haver contado com o apoio incondicional da população do Recife, a luta durou apenas 74 dias. Em 19 de maio de 1817, tropas reais enviadas por mar e por terra pelo governo ocuparam a capital de Pernambuco, desencadeando intensa repressão.
Os revoltosos foram vencidos com relativa facilidade, também na Paraíba, Rio Grande do Norte e no Ceará, aonde chegaram a controlar os governos.
Os principais líderes foram julgados sumariamente e executados; outros permaneceram presos até 1821, entre estes o Irm Antônio Carlos de Andrada, ouvidor da comarca, prócer da Independência magistrado e político Ele foi o fundador, do Grande Oriente do Brasil, junto com seu irmão José Bonifácio. Outro que foi mantido preso em sua companhia foi o Irm Joaquim do Amor Divino Rebelo e Caneca (o Frei Caneca) que depois se tornou um dos líderes do movimento revolucionário de 1824 a Confederação do Equador que visava congregar todas as províncias do Nordeste Brasileiro. O Irm Caneca foi executado, por sua causa, em 1825.
Fonte: Mibério sá Maia
Samaúma - Portal Maçônico