quinta-feira, 5 de março de 2009

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Em Recife, no dia 6 de março de 1817, deflagra-se um levante no Forte das Cinco Pontas, contra o governo de D. João VI. Ocorreu pouco antes da independência do país. Inflamados pela antiga hostilidade entre brasileiros e portugueses, em face do controle do comércio exercido ostensivamente pelos colonizadores. Os ingleses também exerciam um papel importante, nesse controle.
Sem sombra de dúvidas, foi um dos grandes movimentos revolucionários nordestinos, em que a Maçonaria Brasileira assumiu grande responsabilidade. Consta que mais de cem de nossos IIrm pereceram, por ele.
O levante eclodiu como inspiração, se não tendo como causa, principalmente a Revolução Francesa. A independência dos Estados Unidos, a luta pela emancipação de vários países hispano-americanos, as concepções iluministas destacadas, na Europa, como nas demais, foram motivos de grande valor, nas posições tomadas.
Ocorre que controle da coroa portuguesa era mantido no Brasil muito centralizado, em área restrita e isolada, como a do Rio de Janeiro, trazendo prejuízo para grande parte das demais regiões e o sistema afetava enorme e negativamente as exportação de nossos produtos nativos como o açúcar.
Revolução Pernambucana de 1817 se propagou, embora sem a indispensável unidade, pelas capitanias vizinhas de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Tudo se iniciou com a fuga do governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro que se sentiu pressionado, do Recife para o Rio de Janeiro, sendo substituído por uma Junta Governativa composta do negociante (que foi considerado dentre todos o principal promotor do levante):- Irm Domingos José Martins e também de um magistrado, de um militar, de um proprietário rural e de um representante do clero Irm José Ignácio Ribeiro de Abreu e Lima, conhecido como Padre Roma que se tornou um dos mártires dessa Revolução.
Nessa Insurreição Pernambucana consolidaram-se as idéias de pátria, com os anseios de fraternidade e de liberdade. Os rebeldes adotaram uma Lei Orgânica, destinada a regulamentar os poderes da república de Pernambuco. Inspirada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa.
Essa lei deveria vigorar até a convocação de uma Assembléia Constituinte, que desse ao novo país uma Constituição definitiva.As aspirações de lutas formavam-se, gradativamente, entre todas as camadas descontentes da população.
Os pernambucanos já haviam experimentado, nos palcos das batalhas dos Montes Guararapes, sucessivas vitórias, dando oportunidade que ao nascimento do sentimento de união entre os brasileiros.
Os insurretos procuraram o reconhecimento e o apoio inclusive internacional, enviando emissários do governo recém-criado a outras províncias e aos Estados Unidos, Argentina e Inglaterra e até, em virtude disso, foi que na Paraíba, formou-se governo revolucionário que se declarou independente de Portugal.
Não obstante a reação do governo português foi rápida: Destacaram uma tropa da Bahia comandada pelo marechal Lacerda e uma esquadra do Rio de Janeiro sob a chefia de Rodrigo Lobo.
Apesar de haver contado com o apoio incondicional da população do Recife, a luta durou apenas 74 dias. Em 19 de maio de 1817, tropas reais enviadas por mar e por terra pelo governo ocuparam a capital de Pernambuco, desencadeando intensa repressão.
Os revoltosos foram vencidos com relativa facilidade, também na Paraíba, Rio Grande do Norte e no Ceará, aonde chegaram a controlar os governos.
Os principais líderes foram julgados sumariamente e executados; outros permaneceram presos até 1821, entre estes o Irm Antônio Carlos de Andrada, ouvidor da comarca, prócer da Independência magistrado e político Ele foi o fundador, do Grande Oriente do Brasil, junto com seu irmão José Bonifácio. Outro que foi mantido preso em sua companhia foi o Irm Joaquim do Amor Divino Rebelo e Caneca (o Frei Caneca) que depois se tornou um dos líderes do movimento revolucionário de 1824 a Confederação do Equador que visava congregar todas as províncias do Nordeste Brasileiro. O Irm Caneca foi executado, por sua causa, em 1825.
Fonte: Mibério sá Maia
Samaúma - Portal Maçônico

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