A fé de um homem pertence-lhe tanto quanto a sua Razão...!
Do ponto de vista religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões; todas as religiões têm os seus artigos de fé. Sob esse aspecto, a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega, não examinando nada, aceita sem controle o falso como verdadeiro, e se choca, a cada passo, contra a evidência e a razão; levada ao extremo, produz o fanatismo. Na verdade com fé não há perguntas, sem fé não há respostas. Ensinaram-nos que a fé se exercita nos templos e por meio de orações. Homem de fé seria o que reza, o que vai ao templo, pelo menos uma vez por semana. Não se deita nem se levanta sem orar. E continua rogando, rogando, rogando... Porém, ao primeiro obstáculo, prostra-se e abandona a sua fé. ”Se Deus quiser; Deus castiga; Deus o proteja; vá com Deus; Deus lhe pague;, são expressões do cotidiano repetidas irracionalmente. Aprendemos ao orar o “Pai Nosso” aceitar que seja feita a vontade Dele, mas insistimos em que tudo seja feito de acordo com a nossa vontade.
Em todos os tempos a Maçonaria afirmou a existência de um Poder Criador a que proclama sob o nome de Grande Arquiteto do Universo. Ele é o fundo verdadeiro e único de todas as concepções. Tudo o que necesssitamos saber é que ELE está sempre presente em toda a parte e o homem que se separa mentalmente de Deus é fraco e desamparado... eis aí o homem – porém, quando olha para o céu, recebe com paciência as vissitudes e as tribulações da vida, porque sabe que não são senão de curta duração, e devem ser seguidas de um estado mais feliz, suporta com heroísmo e serenidade estranhas provocações e contundentes pedradas, afronta a calúnia e a maldade, a persiguição e o menosprezo dentro de inabalável paciência e indefinível força moral, tem consciência de sua unidade com Deus – eis aí o verdadeiro Maçom – é superior aos sóis e estrelas, porque com fé “transportam-se as montanhas”. ... Porque eu vô-lo digo em verdade; se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (Mateus, cap.XVII, v. de 14 a 20).
No sentido próprio, é certo que a confiança nas próprias forças torna capaz de executar coisas materiais que não se pode fazer quando se duvida de si: mas aquí é unicamente no sentido moral que é preciso entender essas palavras. As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, numa palavra, que se encontra entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas; os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade.
A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, nas pequenas como nas grandes coisas; a que é vacilante dá a certeza, a hesitação de que se aproveitam aqueles que se quer combater; ela não procura os meios de vencer, porque não crê poder vencer!
A fé raciocinada, a que se apóia sobre os fatos e a lógica, não deixa atrás de si nenhuma obscuridade; crê-se porque se está certo, e não se está certo senão quando se compreendeu; eis porque ela não se dobra; porque não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.
Fonte: Texto de Valdemar Sansão – M.’.M.’.
Olá Irmão, paz e luz!
ResponderExcluirMuito bom artigo,vi, que parafaseou os dizeres de Allan Kardec, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, também compartilha dos princípios Espíritas? Sou Espírita e gostaria de saber, qual foi a importância do comandante Edgard Armond para a Ordem?